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Paula Rego em exposição

Depois de ter passado pelo Tate Britain, em Inglaterra, e pelo Kunstmuseum Den Haag, em Haia, dia 26 de abril a exposição de Paula Rego inaugurou no Museu Picasso, em Málaga.

Dividida em nove partes, conta a história de vida da artista portuguesa, através dos seus quadros mais emblemáticos. Num total de 80 obras, incluindo colagens, pinturas, pastéis e gravuras, Elena Crippa, comissária do Tate Britain, afirmou, durante a conferência de imprensa no dia da inauguração, que a exposição apresenta detalhes da evolução da arte e dos temas de Paula Rego, mostrando o contexto histórico em que foram feitas.

Elena Cripta durante a visita guiada à exposição de Paula Rego no Museu Picasso, em Málaga

Elena Crippa durante a visita guiada à exposição de Paula Rego no Museu Picasso, em Málaga

A viagem começa nos anos 60, onde as suas pinturas, colagens e desenhos opõem-se apaixonada e ferozmente à ditadura portuguesa, usando uma variedade de fontes de inspiração, incluindo a publicidade, a caricatura e a história do jornal.

A segunda paragem são os contos populares, também  eles explorados como representações da psique e comportamento humanos, como em Branca Flor – o diabo e a diaba na cama (1975).

Em 1980, Paula Rego abandonou a colagem e voltou à pintura, traçando aquela que é a terceira paragem da exposição, combinando as memórias da infância com as suas experiências como mulher, esposa e amante. A exposição oferece obras importantes deste período, como a série The Vivian Girls as Windmills (1984), na qual jovens raparigas se rebelam contra uma sociedade coerciva, e as pinturas seminais que cimentaram a fama da artista.

Como uma boa viciada em histórias– algo que Nick Willing, filho de Paula, nos revelou durante a conferência de imprensa-, Paula Rego sempre foi fascinada por contá-las ao longo da sua carreira. Como a primeira artista em residência na Galeria Nacional, Paula Rego inspirou-se também na história da arte, tecendo alusões a mestres como Hogarth e Velázquez em pinturas em que os protagonistas são mulheres e o foco é a sua luta pela emancipação, como A Artista no seu Estúdio (1993).

Desenhar é, também, uma parte intrínseca do trabalho de Paula Rego. Nesta, que é a quinta paragem da exposição, poderá ver a lápis ou tinta, sketches que a artista desenhava para poder criar a atmosfera de cada quadro. Como também, desenhos que fazia para praticar nos seus tempos de estudante, em 1987.

Parte da exposição são também os pastéis de figuras femininas isoladas que Rego fez durante os anos 90 e 2000, em séries como Mulher Cão (1994) e Aborto, a fonte de algumas das suas imagens mais conhecidas e mais marcantes. Os da série Aborto, que o artista se orgulhava de ver integrados na campanha para a legalização do aborto em Portugal, retratam as mulheres no dia seguinte a um aborto ilegal.

Possessão (2004), uma grande série de pastéis raramente expostos, é a sétima paragem desta viagem. Nesta série, podemos encontrar retratadas a histeria, que era vista na época como uma possessão demoníaca, mas também, a relação direta de Paula Rego com a depressão e a terapia. Para além disso, é curioso que o divã presente ao longo das pinturas pertenceu ao psicoterapeuta da artista.

'Fuga' (2009). Paula Rego

‘Fuga’ (2009). Paula Rego

Nas últimas duas partes da exposição, encontramos o ‘Teatro da Vida’, que apresenta esculturas- intituladas de ‘bonecos’- desde 1970, em tecido e outros materiais, mas também obras, como Carga Humana (2007-2008) e Fuga (2009), que representavam temas relacionados com diferentes formas de abuso. Para fechar a exposição, ‘Rimas Infantis’ apresenta a série Nursery Rhymes (1989), na qual Paula Rego mergulhou na estranheza e crueldade das tradicionais rimas infantis britânicas.

Pode ver as obras da ‘Desejada’- como foi intitulada durante a conferência de imprensa- até ao dia 21 de agosto. Uma oportunidade única e a não perder!

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