Algarve: fim-de-semana de outubro. Chego ao Sheraton Algarve Hotel às 3 da manhã, depois de uma semana de trabalho cansativa e de um dia agitado que me reteve até tarde em Lisboa.
Não se vê vivalma na autoestrada e eu penso se será só consequência das portagens. Talvez o Algarve venha a estar vazio, se bem que imagino que não terei problemas com excesso de densidade populacional. Sigo pela Nacional 125 e chego finalmente ao meu destino no Pine Cliffs Resort.
E a primeira sensação que tenho é que entrei numa aldeia rural muito bem cuidada. Não me vou deitar sem uma refeição leve. Primeiro como uma sanduiche club, trazida em dez minutos por um aprumado room attendent. Uma delícia.
Apesar das horas dormidas serem só cinco (4h, 5h, 6h, 7h, 8h, TRRIIM) o descanso compensa, talvez pela cama ser super confortável. Às 9h30 estou inteiramente desperta e com o pequeno- almoço tomado para fazer a visita guiada pelo resort.
Há espaços verdes por toda a parte (pinhais, canteiro, prados) e mais tarde hei de ver um casal de pica-paus. A natureza é uma constante e o Henrique, do departamento de marketing, que hoje é o anfitrião, diz-me que a diversidade biológica é tanta que motivou um levantamento fotográfico das espécies vegetais que existem no complexo.
Mas como não estamos propriamente no campo, vale a pena dizer que o Sheraton, onde dormi, é só uma das possibilidades de alojamento no Pine Cliffs. Por de trás das manchas verdes há casinhas que se sucedem em banda, há também vilas de luxo e pequenos edifícios de apartamentos.
As estadas nas valências do resort variam em números de noite e em objetivos, mas todos os hóspedes têm a possibilidade de experimentar as piscinas, o golfe, os campos de ténis. A propósito a aula que tenho marcada na Annabel Croft Tennis Academy começa agora!
Ponto de situação: eu nunca joguei ténis na vida. Pior: eu não faço desporto com regularidade. E a verdade: eu não acerto nas bolas no ténis de praia. O Paulo Machado é o meu professor por uma hora e ri-se com o meu autodiagnóstico. Depois diz-me “Não há maus alunos, apenas maus professores.” Mas as instruções começam a fazer sentido depois de o ouvir dizer que o ténis que ensina (e ensina muito as crianças) parte da motricidade de cada jogador.
De repente já estou do outro lado da rede a bater umas bolas! Até parece fácil e é muito, muito, entusiasmante. Quando chega o próximo aluno ao court, fico com vontade de continuar mas não pode ser… Há mais coisas para fazer.
Por exemplo: ir à praia. O apoio de praia do Pine Cliffs tem toalhas e espreguiçadeiras, mas eu prescindo das segundas. A sério! É outubro e estou na praia! E mais! Estou de biquíni e vou mesmo agora mergulhar no mar, que ainda não está frio, e é outubro! O verão aqui não acaba nunca!
Quando a fome aperta vou até ao Beach Club Pine Cliffs, by Olivier, escolho apenas entradas. O carpaccio de polvo está delicioso, os pimientos padrón uma maravilha e as fajitas levam-me mesmo até ao México. Bebo copo de rosé… porque hoje é um dia de verão.
A tarde segue e eu faço uma massagem com pedras quentes. Dormito um bocado e quando desperto vou até à piscina, passo pelo jacuzzi e sinto-me totalmente retemperada.
A semana agitada ficou há muito para trás, agora sinto o corpo restabelecido do cansaço diário. Ou seja, estou pronta para um jantar muito agradável no Piri Piri Steak House, em que me deixo guiar pelo maître. Entradas, bife e uma degustação de sobremesas (que leite creme maravilhoso!) obrigam-me a ir passear pelo resort.
Persigo a música que se ouve ao longe e chego a uma festa de casamento ao ar livre. Fico a ver. Está tudo tão bonito: a noiva, a decoração, os convidados. E está calor. É mesmo verão!
Sou convidada a entrar, mas não entro. Quero ir deitar-me a horas decentes para manter este estado de espírito tão descansado em que me encontro agora. E que há de durar por mais do que um dia.
Fotografia de João Viegas Guerreiro