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Professora ganha Prémio Agustina Bessa-Luís

Com o romance ‘Horizonte e Mar’, a professora do ensino secundário Paula Cristina Martins Torres Rodrigues, de 35 anos, sagrou-se vencedora da 6ª edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, por decisão maioritária do júri, presidido pelo escritor e ensaísta Vasco Graça Moura. O prémio foi instituído, pela primeira vez, em 2008, pela Estoril Sol, no quadro das comemorações do cinquentenário da empresa.

Desta vez, o júri, ao eleger o romance ‘Horizonte e Mar’, considerou sobretudo:

a abordagem etnográfica a que o romance procede, pouco presente no panorama da atual ficção portuguesa, expressa numa narrativa bem conduzida, cuja frase é, no geral, vertebrada, sendo sentimentalmente envolvente e suscetível de atravessar diversos patamares de leitura.

A autora, Paula Cristina Martins Torres Rodrigues, nasceu no Porto e sempre viveu em Matosinhos. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, data a partir da qual passou a exercer o ofício de professora de Português/Francês. Ao longo do seu percurso de 11 anos na docência, com experiência no 2º e 3º ciclos do Ensino Básico, no Ensino Secundário e na Educação e Formação de Adultos, foi desenvolvendo o gosto pela escrita, “presente na sua vida desde a mais tenra memória”. Publicou o seu primeiro livro para crianças, em Junho deste ano, ‘Bicharada à Desgarrada’, obra que dedicou ao seu filho. Empenhada em divulgar e fomentar o gosto pela leitura e pela escrita entre crianças e jovens, o livro relata uma aventura animada repleta de cor, magia, humor e diversão, onde tudo pode acontecer, de forma imprevisível, mas com um final feliz.

Um marco importante

Paula Torres Rodrigues reconhece que a atribuição do Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís é, sem dúvida, “um marco importante” na sua vida.

Talvez pelo facto de nunca ter ambicionado ter um prémio literário, foi com surpresa e emoção que recebi a notícia. Dado o seu valor institucional, começo já a sentir o peso da responsabilidade, mas, simultaneamente, sinto-me extremamente feliz e desejosa que este prémio me ajude a colocar as gentes de Matosinhos na ‘boca do mundo’. Além disso, constitui um forte incentivo para que eu possa dar continuidade ao meu percurso na escrita.

A autora começou a escrever ‘Horizonte e Mar’ aos poucos, em 2011, sem nenhum objetivo delineado, a não ser o firme propósito de colocar no papel a realidade e a tradição de uma cidade que a viu crescer, que sempre a maravilhou e que “povoa até hoje as suas mais tenras recordações”.

Habituada a viver perto do mar, no seio de gente genuína e agarrada aos seus costumes e tradições, desde cedo se interessou por Matosinhos, pelas sua gente e pela sua etnografia. Ao falar das influências literárias, Paula Cristina Rodrigues refere que:

enamorada pela prosa descritiva e acutilante de Eça de Queirós, pelo estilo grandíloquo de Camões e pela contemporaneidade de escritores como José Saramago e Vergílio Ferreira, fui escrevinhando, ao longo dos anos, alguns textos que, entretanto, foram dando corpo a histórias mais ou menos consistentes, que fui guardando na gaveta.

O talento valeu-lhe agora o prémio de cinco mil euros.

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