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Rita Maia Silva: uma mulher inspiradora que quer inspirar outras

Foi aos 58 anos que começou a dedicar-se à pintura. Agora, passados dois anos, quer demonstrar que as mulheres podem fazer tudo o que quiserem e que nunca é tarde para descobrir novos talentos e paixões

Aceita a vida de braços abertos e não tem medo de enfrentar os constrangimentos e frustrações. Rita Maia Silva tem 60 anos e é uma mulher inspiradora que quer inspirar outras. A forma que encontrou para o fazer foi através da arte. Desde cedo, aos 9 anos, começou a ter aulas de piano, e, o que devia ter sido um hobby, tornou-se num caso sério. “Acabei por tirar o curso Superior de Piano e a licenciatura em Formação Musical”, conta. Desde 1990, a par de ter ensinado também noutras escolas, que ensina essa disciplina na Escola Artística de Música do Conservatório Nacional. Ao longo da sua carreira profissional, Rita publicou um romance e vários contos, tendo também colaborado, num coletivo, na escrita de peças para teatro. Em 2023, começou a enveredar por outra área artística, a pintura. Esta surgiu de “forma inesperada”, como nos revela a artista. Quando se mudou de Lisboa para a Murteira – uma aldeia em Loures, no cimo da serra -, sentiu a necessidade de decorar a sua nova casa e de trazer vida para as paredes vazias e sem cor. Hoje, passados dois anos, partilha as suas obras de arte na sua página de instagram, @ritapaintmore, e tem feito algumas exposições, como a mais recente na City Art Gallery Lisbon.

Como foi o seu percurso profissional?

Revelei, desde cedo, vocação para a aprendizagem das línguas, facto esse que me levou mais tarde a frequentar o curso de Línguas e Literaturas Modernas, variante de Inglês e Alemão na Faculdade de Letras, que não cheguei a concluir. Paralelamente, e se calhar pela questão do “bom ouvido”, comecei a dançar espontaneamente, sempre que o meu pai punha um LP a tocar, de música clássica. Teria talvez 3 anos e aos 4, já estava a ter aulas de ballet, que fiz seriamente até aos 12 anos, ballet clássico e moderno, sempre avaliada por professores da Royal Academy of London. O meu pai esteve muito atento em relação às minhas aptidões e apostou na educação artística. Aos 9 anos comecei a ter aulas de piano e também de alemão, já que a professora era alemã e pouco falava português. Ficou dessa fase o rigor, a pontualidade, o cumprimento dos objetivos, à boa maneira germânica. O que devia ter sido um hobby passou a ser caso sério e acabei por tirar o curso Superior de Piano e a licenciatura em Formação Musical, disciplina que ensino na Escola Artística de Música do Conservatório Nacional, desde 1990, a par de ter ensinado também noutras escolas. Tenho um espírito inquieto e curioso. Tive a sorte de não ter que seguir manuais e programas muito rígidos na minha área. Sempre tive liberdade para explorar pedagogicamente as diversas estratégias e perspetivas.

Mas não se deixou ficar só pela música…

A enorme curiosidade, sede de descobrir e explorar outras vertentes, e talvez uma necessidade de expressão e comunicação com o mundo, levou-me a escrever alguns romances, contos e peças para teatro, estas últimas em colaboração com outros autores. E sim, chegamos à fase atual, a de ter começado a pintar. Penso que me renovo quando saio de uma área e entro noutra, não cristalizo e descubro novas fronteiras e limites. Cresço muito, dentro destas expressões artísticas.

Em 2023 dedicou-se mais intensamente à pintura. Esta sempre esteve presente na sua vida?

A pintura surgiu de forma inesperada na minha vida. Há dois anos e meio mudei-me do centro de Lisboa para uma aldeia em Loures, chamada Murteira, no cimo da serra, um local sossegado e com uma vista deslumbrante. A casa para onde fui tem uma arquitetura contemporânea, de linhas direitas, com janelas de vidro enormes e paredes brancas. Senti a necessidade de decorar aquelas paredes com cor. Sempre gostei de arte no geral e de pintura em particular. Na minha infância lembro-me de desfolhar enciclopédias de arte vezes sem conta, a admirar as obras de arte dos pintores relevantes ao longo da história da humanidade. Em todas as viagens que realizei ao longo da minha vida foi sempre uma prioridade visitar os museus de cada local.  E mais que uma vez, os grandes museus, sempre que tive oportunidade. Olhando em retrospetiva, posso afirmar que a pintura esteve sempre presente.

Que temas a inspiram quando pinta?

Os temas que me inspiram, são, indubitavelmente, as relações humanas, nas suas diversas perspetivas. Tenho dois processos de criação, que penso serem comuns a todos os artistas; a improvisação, que é começar por algum pormenor, cor, textura ou forma e ir criando de forma livre e intuitiva. Este processo leva-me sempre à abordagem das relações humanas, embora de forma abstrata/expressionista. E depois a outra vertente, o projeto pensado, desenhado e que é traduzido na tela. Mas ambos obedecem sempre a este tema, que tem “pano para mangas”.

Que mensagem quer passar com os seus quadros?

Ambiciono que os observadores interpretem livremente, conforme a sua história individual e se conectem, e se reconheçam, de alguma forma, com alguma referência, personagem ou meio ambiente. Crio interpretações diversas e abrangentes dentro do tema e com várias camadas de significado. Adoro imaginar que demoram tempo a descodificar e que deem asas à imaginação nesse processo. A mensagem final é de união, conexão, solidariedade, autoconfiança, autoestima, mas também amor pelos outros. Existir e ser, com dignidade.

 Qual a sua missão?

Apelar à comunicação nas relações humanas no sentido de fortalecer laços, estabelecer pontes que nos segurem e nos ajudem a crescer saudavelmente. Contagiar os outros no sentido de que a vida é uma aventura que vale a pena viver, sem medo, e compreender que é na descoberta e na exploração que nos autoconhecemos e aos outros.

Onde podemos ver as suas obras de arte?

Na minha página do instagram, @ritapaintmore,  está o registo de todas as minhas obras, bem como a atualização de todas as notícias artísticas. A minha última exposição foi realizada na City Art Gallery Lisbon e esteve patente até 16 de fevereiro.

O que gosta de fazer quando não está a pintar?

Gosto de ler, ouvir música em casa, ir a concertos, exposições, ao teatro, cinema, ver séries da Netflix, jantar fora e estar com a família.

 O que está ainda por conquistar?

Sinto que estou em percurso. Nada está acabado, está tudo em movimento, de forma dinâmica. Conquistas fazem-se todos os dias, nos mais pequenos pormenores. De resto, é como diz o povo: “O futuro só a Deus pertence”.

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