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Rita Marrafa de Carvalho e a dieta proteica

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Sabia que Portugal é o terceiro país da Europa Ocidental com mais mulheres obesas e com excesso de peso? Segundo um estudo publicado na revista The Lancet, com dados referentes a 2013, a obesidade e o excesso de peso afetam, em média, 24,2% dos rapazes até aos 20 anos, 22% das raparigas, 61,3% dos homens e 47,6% das mulheres.

Rita Marrafa de Carvalho, jornalista da RTP e um dos mais conceituados rostos do jornalismo televisivo em Portugal, não quis pertencer à estatística.

A exigência da profissão fez com que, muitas vezes, o almoço equilibrado fosse trocado pela sanduíche rápida e o jantar à mesa com a família pelo hambúrguer e pelo pacote de batatas fritas na redação.

Mas a sensação de mal-estar começava a não ser suportável. Foi quando decidiu iniciar a sua dieta. No espaço de um mês, já emagreceu 8 kg.

Saiba como é que a jornalista consegue conciliar a dieta com os horários apertados da profissão e ainda com as exigências próprias de quem tem dois filhos e uma vida atarefada para organizar.

Quais é que foram os principais problemas com que se debateu durante estes anos em que tentava fazer dieta e conjugá-la com as exigências do quotidiano?

Numa profissão como a minha, em que não há hora de almoço e em que o jantar é quando a atualidade deixar, é muito complicado seguir regras. Não cair na tentação de engolir um hambúrguer ou de comer um pacote de batatas fritas… Ou não passar horas sem comer, porque estamos frente a um tribunal ou à PJ e dali não podemos sair… Essa necessidade de disciplina é muito complicada em profissões como esta. E foram anos assim, sem método, a fazer mal a mim mesma. Fazer dietas em que tinha de comer tostas integrais com uma fatia de fiambre de peru e um iogurte líquido, e passar horas ao calor em diretos, era incomportável. E, na verdade, os resultados demoravam a chegar, o que desmotiva muito. Depois, foram os filhos. Na última gravidez, passei seis meses de baixa, com contrações. Foi deprimir e comer. E 30 kg depois, foi um descalabro…

É difícil conseguir seguir uma dieta? Foi difícil para si?

É difícil devido à falta de acompanhamento normal de um nutricionista. Que, a consulta a consulta, nos pesa, nos aconselha e nos diz ‘até daqui a um mês’! Por isso, sim, foi muito complicado! Depois tinha a dificuldade em gerir o tempo para confecionar refeições apenas para mim… Era uma missão ingrata. Acabava por desistir. E fui daquelas que experimentaram de tudo e mais um par de botas… Com algumas dietas consegui bons resultados, mas não duravam muito tempo. Fui aos médicos de renome, experimentei as ervanárias da moda, as farmacêuticas franchisadas, as clínicas famosas… A manutenção daquilo tudo era muito complicada.

Depois de emagrecer e de ver que conseguia, finalmente, manter o peso desejado, o que é que sentiu?

As mulheres que têm uma exposição pública tendem, na sua maioria, a ter preocupações com a imagem e com o peso. Nunca fui obsessiva, mas gosto de gostar do que vejo no ecrã. Não sou fã de exercício físico ou de ginásios, mas, ao mesmo tempo, achei que tinha mesmo de perder peso… Foi preciso consultar uma endocrinologista que trabalha com uma nutricionista para perceber que o meu organismo é o meu organismo… Que tem necessidades, alterações, especificidades e que só a junção de uma equipa multidisciplinar, que me envia mensagens durante a semana e que atende as dúvidas a qualquer hora, tornaria isso possível. Num mês, emagreci 8 kg. E sabia que estava bem, porque fazia análises ao sangue e à urina de dez em dez dias. Se não fizesse, tinha a Dra. Cristina Costa Santos à perna, a enviar-me mensagens para o telefone e a azucrinar-me o juízo! É, mais do que uma endocrinologista, uma devota dos pacientes. E a Dra. Elsa Tristão, a minha nutricionista, que achou que esta era a endocrinologista indicada para mim, porque tenho sempre de ter alguém em cima de mim, para controlar o que faço…

Acha que o peso pode condicionar a nossa autoestima e, por consequência, a nossa felicidade e o nosso bem-estar?

Completamente. Eu sei o que é sentar-me na cama com umas calças que não passam dos joelhos e que há meio ano estavam ótimas. Sei o que é esse descontrolo e como isso nos marca muito. Sempre fui a mulher ioiô que ora estava muito magra, ora estava muito cheia. Nunca fui obesa, mas era roliça ou muito anafada. E retirar aquela roupa da gaveta que pensávamos não voltar a usar… Um drama com consequências devastadoras, ao nível da vontade de sair, de comer, de estar com as pessoas. Cheguei mesmo ao ponto de evitar fazer diretos, porque achava que tinha demasiada bochecha, ou de tirar fotografias.

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