Todos nós já presenciámos aquele momento estranho, em que numa situação aparentemente normal, surge, ao fundo, aquela banda sonora aleatória, proveniente de um qualquer automóvel presente nas imediações. Nesse momento, automaticamente, surgem-nos duas questões na cabeça: a primeira, é quem será a pessoa desesperada por atenção, a segunda diz respeito ao conteúdo difundido pelas colunas do bólide.
Aos 13 anos, Rosalía passou por essa situação e aquele que para nós seria apenas mais um acontecimento banal, mudou-lhe a vida. Sentada num parque, com os seus amigos, após mais um dia de aulas, a catalã foi surpreendida por uma voz e uma energia que lhe pareciam ser muito próximas, mas que nunca ouvira anteriormente. O responsável? Camarón de la Isla, um dos mais populares cantores de flamenco de todos os tempos.
Camarón, o mais influente cantor de flamenco de todos os tempos;
A partir daí, tudo mudou na vida da catalã. ” Ouvi a voz mais bela e mais verdadeira que alguma vez tinha escutado na minha vida”, recorda Rosalía. Se até aí este furacão de ar angelical se tinha dedicado, predominantemente, à dança, sobretudo contemporânea, característica bastante presente nas suas atuações, a espanhola tinha descoberto o seu caminho, não só para o sucesso, como também para a felicidade.
Apesar do flamenco ser uma área desconhecida para Rosalía, cedo se começou a destacar nos tabloides catalães, típicos locais onde ocorrem os espectáculos deste género musical. A forma como cantava e interpretava cada canção era de tal forma genuína e impactante, que rapidamente começou a despertar atenções e a construir o seu público, tornando a sua região demasiado pequena para todo o seu talento.
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