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Surfistas femininas competem em prova especial do Capítulo Perfeito

Camila Cardoso, Mafalda Lopes, Kika Veselko e Yolanda Hopkins contam à LuxWoman o que esperam do Special Women Heat. 

A praia de Carcavelos, no concelho de Cascais, voltou a ser palco do Capítulo Perfeito powered by Billabong, que celebra este ano a sua 11.ª edição. O campeonato internacional, que se realiza no melhor dia de surf do inverno português, num período de espera que se estende até dia 11 de março, volta a reunir alguns dos mais talentosos tube riders do mundo.

Uma grande novidade desta edição é o Special Women Heat, que reúne algumas das melhores surfistas portuguesas numa bateria especial que acontecerá entre as meias-finais e a final do Capítulo Perfeito.

As participantes desta prova são Camila Cardoso, que se tem vindo a destacar no free surf em ondas grandes e técnicas, Mafalda Lopes, campeã do Eurosurf 2023 com um apetite especial por ondas tubulares, Kika Veselko, que se estreou em 2024 no Capítulo Perfeito como a primeira surfista feminina a participar na prova, depois de ter conquistado o título de campeã mundial júnior da World Surf League, e Yolanda Hopkins, atleta olímpica que tem dado cartas nos tubos.

A LuxWoman teve a oportunidade de falar com as quatro concorrentes sobre a prova e não só.

Camila Cardoso

Quando começou a fazer surf? 

Comecei a surfar com 9 anos na Praia Grande

O que significa para si estar na Special Women Heat? 

É uma oportunidade incrível, estou muito feliz por participar neste heat, é um objetivo que já tinha há algum tempo e para o qual tenho trabalhado com o meu treinador e é ótimo saber que as pessoas têm reparado nesse esforço.

Sente-se confiante para esta prova? 

Claro, não vai ser fácil, mas tenho que acreditar em todo o trabalho e esforço que pus neste tipo de condições.

Tem algum ritual antes de entrar na água? 

Nada de especial na verdade, apenas preparo o material e vejo o mar com o meu treinador.

O que é para si uma onda perfeita? 

A onda perfeita é sem dúvida uma onda com um tubo, de preferência comprido e com água quente!

Sente que o surf ainda é muito virado para os homens? Que tem de existir mais oportunidades para as mulheres? 

Antigamente era, mas cada vez há mais oportunidades para as mulheres, como por exemplo o Special Women Heat, agora temos é de aproveitar cada uma destas oportunidades com vontade que muitas mais irão aparecer!

Francisca Veselko

Quando começou a fazer surf?

Comecei a fazer surf aos 7 anos e a competir aos 9.

O que significa para si estar na Special Women Heat?

É incrível ser uma das surfistas escolhidas para participar no Special Women Heat. Um evento icónico na praia de Carcavelos, onde cresci e aprendi a surfar. O surf feminino está a evoluir cada vez mais e estou muito contente de fazer parte desta evolução. Ser nomeada significa que vêm potencial e que acreditam que tenho a capacidade de sair da minha zona de conforto e tentar tubos, algo que tenho vindo a trabalhar bastante e estou a adorar cada detalhe do processo.

Sente-se confiante para esta prova?

Sim, sinto-me confiante. Passei mais uma temporada no Hawaii atrás dos tubos e tenho vindo a melhorar e a ganhar cada vez mais confiança, posso até dizer que estou viciada! São muitas tentativas, muitas “fechadeiras” e uma recompensa gigante sair de um! A adrenalina e a visão que temos é super especial.

Tem algum ritual antes de entrar na água?

Gosto de beber água (fonte viva), ouvir música e analisar o mar. Estar na minha bolha.

O que é para si uma onda perfeita? 

Uma onda perfeita é aquela que combina harmonia, força e fluidez. Para um surfista, é uma onda com a parede limpa e longa, que permite variedade de manobras e incluindo se possível um tubo perfeito. Normalmente uma onda perfeita desperta emoções, seja pela sua beleza ou pelo que proporciona fazer nela. É um sentimento inexplicável.

Sente que o surf ainda é muito virado para os homens? Que tem de existir mais oportunidades para as mulheres?

A cultura do surf ainda carrega uma mentalidade que favorece os homens, mas as mulheres estão a conquistar cada vez mais o seu espaço e a provar que o talento e a dedicação são o que realmente importam. A WSL (World Surf League) implementou a igualdade na premiação para homens e mulheres em 2019, o que foi um grande passo para equilibrar as oportunidades. No entanto, ainda existem vários desafios e um dos principais é financeiro.  Mais oportunidades, visibilidade e incentivos são essenciais para que essa mudança continue a acontecer.

Yolanda Hopkins Sequeira

Quando começou a fazer surf?

Aos 8 anos.

O que significa para si estar na Special Women Heat?

Acho que é bastante especial! Entrar no campeonato que era direcionado apenas para o lado masculino, acho que é muito importante este passo.

Sente-se confiante para esta prova?

Muito confiante.

Tem algum ritual antes de entrar na água?

Eu faço uma respiração direcionada para acalmar o ritmo cardíaco porque quem me conhece sabe que eu sou muito entusiasmada e para ter a melhor performance dentro de água tenho que direcionar esse entusiasmo.

O que é para si uma onda perfeita? 

Uma onda de tubo do início até ao fim com possibilidade de uma grande manobra para finalizar a obra.

Sente que o surf ainda é muito virado para os homens? Que tem de existir mais oportunidades para as mulheres?

Em Portugal, a participação feminina nos Jogos Olímpicos tem vindo a crescer nos últimos anos. Aliás, nas duas últimas edições, o país contou apenas com representação feminina, sem atletas masculinos, o que marca uma mudança significativa na história do desporto nacional. A vertente feminina do surf português tem vindo a ganhar força, procurando equilibrar a percentagem de surfistas femininos e masculinos no país.

Mafalda Lopes

Quando começou a fazer surf?

Comecei a surfar quando tinha 11 anos. Sempre pratiquei imensos desportos diferentes quando era mais nova, mas quando experimentei o surf nunca mais quis trocar por outra modalidade!

O que significa para si estar na Special Women Heat?

É uma honra ter sido convidada para participar neste heat! Mostra que o meu esforço está a ser reconhecido e é ótimo para o surf feminino começar a aparecer neste tipo de eventos! Sempre gostei muito deste campeonato por isso é sem dúvida  um sonho realizado poder participar nele!

Sente-se confiante para esta prova?

Sim, sinto-me confiante. Sei que é uma prova diferente do normal, em que provavelmente vamos apanhar ondas maiores e tubulares, mas estou super motivada para mostrar que nós merecemos estar lá!

Tem algum ritual antes de entrar na água?

Tenho sempre uma rotina que gosto de seguir para me sentir preparada para a prova, como por exemplo chegar cedo à praia para surfar antes do campeonato começar e analisar bem o mar antes de entrar.

O que é para si uma onda perfeita?

Para mim uma onda perfeita seria uma esquerda que começasse com um tubo comprido e depois desse para fazer diferentes tipos de manobras, até não ter mais pernas!

Sente que o surf ainda é muito virado para os homens? Que tem de existir mais oportunidades para as mulheres?

Ainda sinto um pouco que o surf está mais virado para os homens, mas sem dúvida alguma que está a mudar e já está muito melhor do que quando comecei a surfar ! Cada vez mais estamos a ver mulheres a brilhar, a ganhar competições sobretudo em Portugal que nos últimos anos as mulheres têm sobressaído bastante a nível europeu e mundial . Acho que ainda precisamos de mais oportunidades, por exemplo a nível de patrocínios e visibilidade. Mas estamos a conquistar o nosso espaço, e isso é o mais importante. O surf é para todos, independentemente de género!


Crowd2

A competição será transmitida em direto pela Sport TV e também em webcast bilingue em capituloperfeito.com.

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