Diz-se que as primeiras camélias chegaram ao nosso país através dos japoneses, tanto que em algumas regiões de Portugal a planta é conhecida pelo nome de japoneira. Não sei se estou perante uma lenda ou uma história verídica, mas espero em breve descobrir.
São 11h40 e estou em frente do Turim Saldanha, o novo espaço de quatro estrelas do grupo hoteleiro Turim Hotels que abriu no número 23 da Rua Latino Coelho, em Lisboa. É no piso térreo, numa sala logo ao lado da receção, que fica o Tsubaki.
O restaurante japonês é o novo projeto do chef Paulo Morais, que já esteve à frente de espaços de cozinha asiática como O QB e o Umai, e do chef Luís Almeida, com quem Paulo já trabalha há mais de sete anos.
Começo a olhar em redor mal entro no restaurante. Ainda que integrado num hotel, o Tsubaki dispõe de uma entrada própria. Portanto, não é necessário passar pela receção nem pelos hóspedes atarefados com check-in e check-out.
Os dourados, o branco e a madeira pautam a decoração do pequeno restaurante, com capacidade para 50 pessoas. O espaço é bonito e sofisticado q.b.
Reparo que, numa mesa, já há rolinhos quentes, gyosas e peças de sushi, que tive a oportunidade de provar antes mesmo de me sentar para almoçar.
As vieiras com ar do mar, ou chinmi, foram as primeiras a ser servidas. Apercebo-me do despertar dos meus sentidos mal as provo: as vieiras têm um agradável toque cítrico e são frescas, leves e carnudas.
Seguiu-se a degustação de sushi e sashimi, servidos em pratos rasos de ardósia. Dos tradicionais rolos hosomaki aos uramakis e aos nigiris, nada faltou. Sou adepta de sushi tradicional, sem molhos nem muito queijo creme à mistura. Para alguns, o sushi básico é o ideal, mas para mim, o melhor é quando é bem confecionado.
Logo a seguir, chega a tempura, nas variedades de courgette, batata-doce e camarão. Gosto especialmente desta última, coberta com amêndoas laminadas bem crocantes que se desfazem a cada trinca.
O prato seguinte veio comprovar que a cozinha japonesa é muito mais do que sushi. Troco os pauzinhos de madeira por garfo e faca e provo o bacalhau do Alaska grelhado com molho miso. O lombinho, extraordinariamente bem confecionado e temperado, desfaz-se ao toque do garfo, e, já na boca, revela todo o seu sabor.
A sopa de peixe e marisco, ou suimono, como consta no menu, completa a refeição. Já estou cheia, mas ainda consigo provar algumas sobremesas da casa, como a panacotta e o bolo de chocolate coberto com mousse.
Fiquei satisfeita mas sobretudo surpreendida com a complexidade dos sabores, que contrasta com a apresentação simples dos pratos, cujos preços variam entre €15 e €25.
Termino este texto como comecei. É que tsubaki, em japonês, significa camélia. Essa flor, que afinal é tanto do Japão como de Portugal.
Detalhes:
Rua Latino Coelho, 23, Lisboa
Tel.: 210 492 320
Aberto das 12h às 15h e das 19h às 23h (dias de semana). Aos fins de semana, abre apenas ao jantar.