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Vinho no Feminino: Vanessa Ferreira

Apaixonou-se pelo mundo dos vinhos, depois de se apaixonar pelo Douro. Estudou Gestão de Marketing e especializou-se na área do Marketing Digital. Sem experiência, mas com uma história na família e um sonho conjunto, Vanessa Ferreira juntou-se ao irmão, Stéphane, e juntos abriram em 2012 a Quinta do Pôpa.

Quando é que se começou a apaixonar pelo mundo dos vinhos?

Depois de me apaixonar pelo Douro. Daí para a frente foi gradual, diria que orgânico.

Hoje gosto muito de vinho, mas os meus favoritos continuam a ser aqueles produzidos por pessoas que amam partilhar o que fazem, que são consistentes, fiéis a si e ao seu lugar. Tento conhecer o máximo de vinhos e produtores nacionais, para diariamente divulgar Portugal, aqui no Douro, junto dos nossos visitantes.

Tinha alguma experiência neste mundo, antes de abrir a Quinta em 2012?

Nenhuma! Só sabia partilhar o sonho, a história da minha família, o Douro e os vinhos que produzimos. Sou intensa por natureza e muito conectada aos detalhes. E isso permitiu-me oferecer sempre uma experiência de proximidade aos nossos visitantes, que na altura eram muito poucos. O que parece prematuro tornou-se a nossa visão nos últimos 10 anos e agora mesmo com visitantes diários e uma equipa de três pessoas, continuamos a receber da mesma forma, obviamente com um know how muito mais abrangente e conhecimento técnico.

Enquanto mulher, sente que alguma vez a trataram de forma diferente nesta área profissional?

Nada que não consiga ainda hoje contornar ou resolver (risos).

Vanessa Ferreira

Vanessa Ferreira

É difícil conciliar a vida pessoal com a profissional?

Termos um projeto próprio torna-se sempre pessoal. A dificuldade é nós próprios separarmos a nossa vida pessoal da profissional.

O mercado dos vinhos começa agora a ser mais procurado pelas mulheres?

O culto do vinho não tem género, tem sim poder económico. Talvez por isso durante muitos anos a comunicação deste setor foi destinada ao sexo masculino.

Isso acabou! E o desafio para as marcas é muito maior, afinal a mulher torna-se uma consumidora não só regular, como inevitavelmente sensitiva.

Quinta do Pôpa

Vinhos da Quinta do Pôpa

É verdade que Portugal oferece qualidade a baixo preço?

Portugal ofereceu singularidade a qualquer preço. Faltou-nos a audácia e a confiança de outros países vitivinícolas que promovem e comercializam os seus vinhos como um produto único, cultural, intrínseco a uma região.

O que deve ou pode mudar?

Tudo deve evoluir! E na minha opinião pessoal, o crescimento do enoturismo ou do nosso país como destino enoturístico está a aumentar a notoriedade nacional e inevitavelmente de cada região. Os visitantes começam a perceber in loco as dificuldades de cada região e a agregar valor ao produto.

Até hoje foi um trabalho quase orgânico, dependendo de nós produtores e obviamente foi um processo mais lento. Se os resultados continuarem a despertar a atenção dos institutos do setor, irão unir-se mais esforços com o Turismo de Portugal em prol desta mudança necessária. Contudo gostaria de voltar a sentir mais os nossos portugueses nesta luta, principalmente na valorização do SEU/nosso produto interno. O culto vínico é uma tradição que sempre nos conectou, aliás já a Amália dizia “pão e vinho sobre a mesa, é uma casa portuguesa com certeza”.

Quinta do Pôpa

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Localizada em Tabuaço, no Douro Vinhateiro, a história da Quinta do Pôpa começou com o sonho de Francisco Ferreira (apelidado de Pôpa), filho bastardo de um grande produtor de vinhos do Douro com a sua empregada doméstica, Joaquina Ferreira.  José Ferreira, o filho, realizou este sonho ao comprar parte da Quinta do Vidiedo – atual Quinta do Pôpa.

Nos dias de hoje, é gerida pelos irmãos Stéphane e Vanessa Ferreira. Com uma produção de apenas 90.000 garrafas, aqui os vinhos são produzidos com um True Sense of Place, reforçando de antemão que tudo na natureza precisa de tempo e respeito. A Quinta está rodeada de variadíssimas práticas agrícolas, todas geridas de forma ambiental, social e economicamente sustentáveis: não só vinhas e olivais, como também pomares e hortas que são muito importantes para a biodiversidade dos ecossistemas naturais e para a singularidade da paisagem.

Quais são os planos em mente para a Quinta do Pôpa?

Estamos numa fase de concretização em que o trabalho dos últimos anos está agora a apresentar resultados qualitativos, principalmente na viticultura e na enologia:

  • Celebramos 15 anos de produção, em que nos orgulhamos por termos mantido um perfil firme, tenaz, qualitativo;
  • Celebramos 90 anos da nossa parcela de vinhas velhas, o que mereceu ainda mais a nossa atenção, como também é motivo de criação;
  • No que respeita ao enoturismo, celebramos 10 anos e já não é segredo que sempre quisemos apostar no turismo rural e esse sonho finalmente já tem esboço! Só estamos a afinar detalhes;
  • Somos Biosphere Commited Company, em que os valores e práticas sustentáveis são transversais a todos os níveis da empresa (económico, social e ambiental).

Razões para celebrar? Sempre!

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