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Carolina Deslandes na primeira pessoa

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Tem tido um bom feedback, então?

Sim, tenho tido um ótimo feedback, acho que as pessoas se identificam com as minhas músicas. Muitas vezes, ficam surpreendidas quando percebem que é um som português!

Acha que se tivesse apresentado isto há uns dez anos teria igual receção?

Eu antes também não teria conhecimento nem curiosidade por fazer algo deste género. Mas acho que sim, acho que cada vez mais estamos a viver num mundo aberto a misturar sonoridades e a experimentar coisas novas. Principalmente, acho que estamos a viver numa geração que não tem medo de arriscar, e isso é bom! Vivemos durante anos em Portugal com os mesmos nomes nos cartazes e com os mesmos estilos e, de repente, nos últimos quatro anos, houve uma reviravolta: nomes novos a aparecerem, pessoas a fazerem coisas novas e diferentes… Acho que estamos a assistir à criação de uma nova geração artística muito forte!

O programa ‘Ídolos’ ajudou?

Eu iria estar sempre associada à música, porque é o que gosto de fazer, mas claro que não teria sido tudo tão rápido, talvez…

Que obstáculos é que se atravessaram no seu caminho?

Vários. As músicas entrarem nas rádios é muito difícil! As pessoas não têm noção, mas é algo complicado. Acha-se que basta lançar um single e a música passa na rádio. Mas não é assim. Há listas, temos de ficar à espera e é difícil entrar sequer na lista… E depois os concertos, também… Há datas que são muito difíceis e lugares complicados e é preciso dar provas para se conseguir tocar aqui ou ali. A questão é que, neste trabalho, eu nunca sei ao certo como é que as coisas vão correr. Enquanto a maioria das pessoas acorda, vai para o escritório trabalhar e no final do mês recebe um x, eu acordo, posso ir para o escritório, posso achar que fiz a melhor coisa do mundo e de repente lanço o single e as pessoas não ligam nenhuma. Ou posso achar que um single meu correu muito bem, chego a uma rádio e acho que eles vão passar, e eles dizem-me: ‘Olha, não nos identificamos com isto.’ É um trabalho que tem uma vertente de incerteza porque nunca sei como é que as coisas vão correr, a verdade é esta!

É um trabalho ingrato?

Sim. Os artistas queixam-se muito dessa inconstância, mas nós também gostamos, há qualquer coisa que nos dá gozo em viver este estilo de vida, o incerto, o mistério, o desafio

Por outro lado, que recompensas é que traz?

Muitas! Ver o público a cantar as minhas músicas é sempre algo a que nunca vou habituar-me e que me comove. Depois, ver que a minha música faz parte de memórias de vida das pessoas também é incrível. Ser convidada para cantar no casamento de alguém, por exemplo, porque a noiva é minha fã, é fantástico e já aconteceu… Ou fazer uma surpresa a um miúdo que faz anos e os pais ligam-me e dizem: ‘Carolina, eu sei que provavelmente não deve fazer isto, mas o meu filho adora-a, será que podia aparecer na festa?’ E depois aparecer e ver que as crianças adoram! De facto, é um presente enorme! E eu tenho noção de que é uma bênção… Por isso, vale o risco que se corre. Porque depois colher estes frutos é uma coisa que não tem explicação, é indescritível!

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