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Foi de férias mas continua cansada? o peso invisível que ninguém quer ver

Cláudia Ganhão, Coach e Mentora em Minimalismo no Feminino, alerta para a sobrecarga física e mental que a maioria das mulheres sofre durante as férias – e não só

As férias em família são, para muitos, sinónimo de descanso, descontração e momentos felizes. Mas, para a maioria das mulheres, especialmente para as mães, as férias podem ser tudo menos isso. Enquanto uns aproveitam o mar, o sol e as longas sestas à sombra, há alguém que pensou no lanche, que preparou os sacos para a praia, que fez as compras, que estendeu as toalhas para secarem, que limpou os chinelos cheios de areia, que passou a manhã a estender roupa e que ainda se levantou mais cedo para garantir que o pequeno-almoço estivesse pronto. Este peso invisível tem nome: sobrecarga física e mental. E, nas férias, ela não desaparece – apenas muda de forma.

Por trás do descanso dos outros, há muitas vezes uma mulher a funcionar como “gestora oficial do bem-estar familiar”. Ela organiza, planeia, antecipa, gere horários, gere conflitos, cozinha, limpa, orienta os filhos e garante que tudo corre bem. A verdade é que, sem esse trabalho silencioso e não remunerado, as férias não seriam tão leves para os outros. O problema? É que, muitas vezes, enquanto todos descansam… ela esgota-se.

Cláudia Ganhão, Coach e Mentora em Minimalismo no Feminino, revela que, segundo vários estudos sobre a carga mental nas famílias, as mulheres continuam a assumir, de forma desproporcional, a maioria das responsabilidades domésticas e familiares – mesmo quando estão de férias.

 

Cláudia Ganhão, Coach e Mentora especializada em Minimalismo no Feminino

“Esta sensação constante de ter que cuidar e tratar de tudo, gera frustração e impede que a mulher recarregue verdadeiramente as suas energias. A ideia de que as mães são multitarefas por natureza não é uma qualidade, é um alerta” refere a coach e mentora.

Então, como podemos mudar esta realidade? A especialista deixa-lhe quatro propostas para um descanso mais justo:

1| Organizar com antecedência e delegar responsabilidades

O ideal será reunir todos os elementos da família para, em conjunto, decidirem o que será necessário levar para as férias e o que será da responsabilidade de cada um. Assim não cai tudo nos “ombros” de uma única pessoa, por norma a mãe.

2| Dividir o planeamento, não só as tarefas

Não basta ajudar a pôr a mesa. É preciso partilhar o peso de pensar nas refeições, nos horários, nas compras e nos planos e logística para o dia seguinte. O planeamento é muitas vezes o que mais cansa e ele deve ser dividido entre todos.

3| Criar “turnos de descanso”

Tal como se divide o tempo para tomar conta dos filhos em dias de doença, pode dividir-se o tempo para descansar nas férias. Se a manhã é de um, a tarde pode ser do outro. E cada um respeita o descanso do outro — sem interrupções.

4| Reduzir a expectativa, simplificar a logística

Nem todas as férias precisam de ter programas elaborados, refeições completas ou horários rigorosos. Desistir da ideia de “férias perfeitas” pode ser o primeiro passo para criar férias realmente leves.

Conclusão: as mães também têm direito a descansar

Férias não devem ser sinónimo de mais uma lista de tarefas para cumprir. Se a ideia é voltar com mais energia, é urgente criar espaço para que todas as pessoas da família possam usufruir — incluindo quem normalmente cuida de tudo.

Reconhecer esta sobrecarga invisível é o primeiro passo. O segundo é agir com mais consciência, empatia e partilha. Porque nenhuma mãe deveria precisar de férias… das férias.

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