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Nova comida, nova vida

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Nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que parece saudável faz bem. E se a alface que anda a comer lhe fizer mesmo mal? Eu fiz o teste de intolerância alimentar e descobri que os ovos e o pão me andavam a matar. Sensacionalismos à parte, andavam mesmo.

O inverno inteiro doente. Ficará assim para a história este meu ano de 2015. Cara inchada, olhos inflamados constantemente, sinusite ao rubro com dores insuportáveis na face, semanas de febre, antibióticos, duas injeções de penicilina, cansaço, tanto cansaço, falta de memória e eu a atribuir estas maleitas e outros males menores (como a barriga insuflada) aos ares condicionados, à falta de exercício físico, às diferenças brutais de temperatura, ao ritmo de vida tão exigente…

Sim, muito trabalho, sim, eventos familiares sem parar. Quem me manda a mim vir de uma família gigantesca? É no meio desta azáfama que encontro a minha prima Ana. Quando ela chega à festa de aniversário de um dos meus sobrinhos, há uma espécie de espanto que todos tentamos esconder. A Ana está significativamente mais magra, com o rosto bem definido outra vez, com a cintura a reaparecer, com a linha das ancas uns dois tamanhos abaixo. “Então, Ana, dieta nova?” E a Ana responde-me: “Não. Acabaram-se as dietas. Fui fazer um teste de intolerância alimentar e descobri que andava a comer uma série de coisas que me fazem mal.”

O que é que a Ana andava a comer, que toda a gente dizia que emagrecia, mas que lhe desregulava o funcionamento normal do organismo? Queijo fresco, laranja e… pasme-se, tomate! Comia estes alimentos quase todos os dias de trabalho ao almoço, para fazer uma alimentação saudável. Agora, com menos seis quilos apenas três semanas depois de ter começado um novo regime alimentar, Ana explicava-me que o seu corpo se inflamava sempre que ela comia estes alimentos e, portanto, andava sempre inchada. Era por isso que não conseguia emagrecer: era intolerante a coisas que comia regularmente e que em todos os manuais aparecem na lista dos alimentos saudáveis.

Mais ou menos na mesma altura, chega-nos à redação uma informação sobre um teste de intolerância alimentar específico, o Yorktest, que a Clínica Longaevitas trouxe para Portugal há vários anos. Proponho-me testá-lo. Já tinha visto os efeitos numa pessoa que queria perder peso. Que efeitos poderia ter em mim, eu que faço uma alimentação saudável, que não preciso de perder peso, que não tenho uma queixa especial relacionada com a comida? Para dizer a verdade, até tenho. Quando me ponho a pensar no assunto, para enviar o email à clínica, toco nos seguintes sintomas: barriga sempre inchada, cansaço, celulite localizada; ultimamente tenho sentido mesmo que a minha alimentação não me faz bem, apesar de acreditar que tenho uma dieta equilibrada; depois de jantar, fico sempre com uma sensação de ligeira intoxicação, que depois passa.

Na primeira vez que vou à Longaevitas, começo a desconfiar se as minhas contínuas crises de olhos, de nariz, de aparelho respiratório não serão também resultado da alimentação. A lista das doenças mais ou menos agudas provocadas por alimentos tidos como normais ou até saudáveis inclui inchaço da barriga, irritação do cólon, letargia. Até aqui nada de novo, nada de excitante.

Quando a enumeração passa para a asma, a rinite, as enxaquecas, o eczema, o acne, a psoríase, a artrite, o reumatismo e até a depressão e a hiperatividade com défice de atenção, começo a pensar se não terei mais uma série de ‘doenças’ relacionadas com a alimentação. Quando me explicam que há estudos científicos – como o ‘Dietary advice based on food-specific IgG results’, publicado na revista ‘Nutrition & Food Science’ – que indicam que os pacientes sentiram uma melhoria dos sintomas destas doenças de entre 64% e 80%, há uma frase que soa incessantemente na minha cabeça: somos o que comemos. Somos, de facto, o que comemos…

Dou o dedo, não para torcer mas para picar. Tão simples como um teste à glicémia, fazem-me uma colheita de sangue que será enviada para York, no Reino Unido. Este procedimento é tão fácil que a Longaevitas envia o estojo completo para as casas dos clientes que estejam impedidos de ir até às suas instalações em Oeiras. Tudo que é preciso para recolher a pequena amostra de sangue está no kit. Uma semana, depois o resultado chega à minha caixa do correio eletrónico. Os 157 alimentos e ingredientes testados estão divididos por três colunas: na coluna a vermelho, aparecem os alimentos a que tenho intolerância grave; na amarela, estão os alimentos que me causam intolerância moderada; na verde, os alimentos que posso comer sem consequências.

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