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Nutrigenética: a influência dos genes na alimentação

A cafeína tem impacto no nosso corpo? O sono influencia a nossa saúde? Tenho alguma deficiência nutricional? Estas são todas questões a que a Nutrigenética consegue responder.

A Nutrigenética é uma ciência que estuda a associação entre os genes e a resposta de cada indivíduo à ingestão de alimentos e nutrientes. Juliana Falchetti, nutricionista funcional na My Clinique, formou-se em nutrição em 2005. Sempre apaixonada pela vertente da Nutrição Funcional, em 2020 decidiu estudar e aprofundar os seus conhecimentos sobre a área da Nutrigenética. Digo que o resultado de um teste de nutrigenética é como um bom livro, que deve ser lido e bem interpretado, pois ele por si só não te define e não define as condutas nutricionais e de saúde, afirma.

À LuxWoman esclarece o que é isto da nutrigenética e porque é esta a forma mais inovadora de encontrar soluções e impactar positivamente a saúde e bem estar dos pacientes.

uliana Falchetti, nutricionista funcional na My Clinique. Créditos: leonorfonseca

Juliana Falchetti, nutricionista funcional na My Clinique. Créditos: leonorfonseca

O que é a nutrigenética?

A Nutrigenética é uma ciência que estuda a associação entre os genes e a resposta de cada indivíduo à ingestão de alimentos e nutrientes. Essas informações sobre a predisposição genética podem ser adicionadas às características físicas e história de cada paciente e, através de uma interpretação minuciosa da nutricionista, reverterem-se em recomendações e ações que podem melhorar a saúde e qualidade de vida das pessoas. 

Quais as diferenças de uma consulta de nutrição normal?

O que difere, entre uma consulta de nutrição tradicional e a Nutrigenética, é o conhecimento aprofundado sobre o papel que os genes desempenham em todo o seu funcionamento metabólico e comportamental. Essas informações únicas e altamente específicas direcionam as condutas nutricionais e de suplementação alimentar de forma a valorizar as vantagens genéticas e agir para minimizar os possíveis efeitos negativos que as desvantagens genéticas pudessem causar. No caso de uma pessoa que já apresenta doenças ou deficiências, saber o perfil genético auxilia num tratamento mais específico a curto prazo. A longo prazo as informações genéticas, se bem trabalhadas a nível nutricional, podem evitar o aparecimento de doenças e ajudar a pessoa a ter uma qualidade de vida muito mais satisfatória.

Como funciona?

Qualquer pessoa de qualquer idade pode submeter-se ao teste. Não há restrições. A presença de doenças (qualquer uma) ou gravidezes não inviabilizam a realização do teste. Recém nascidos podem fazer, inclusive quanto mais cedo uma pessoa fizer, mais cedo podem ser tomadas atitudes e iniciar a construção de hábitos positivos para melhorar a saúde e qualidade de vida. O teste é não invasivo, ou seja, o material genético é colhido através de um swab (espécie de cotonete) que é passado no interior da bochecha do paciente. A colheita é feita durante a consulta de nutrição funcional. Essas informações são trabalhadas e aplicadas para a construção de um plano alimentar e de suplementação ultra personalizado que evolui durante a realização de um programa de nutrigenética com duração inicial de 4 meses.

Os resultados são mais eficazes?

Sim. A tendência é obter resultados mais eficazes e principalmente duradouros, pois o conhecimento sobre o perfil genético permite traçar estratégias de longo prazo. Os pacientes tornam-se mais conscientes sobre o seu perfil genético e sobre algumas estratégias necessárias para alcançarem os seus objetivos. Estratégias, essas, que talvez não fossem consideradas se não soubesse como funciona a sua genética. Dou um exemplo sobre o peso. Pessoas com sobrepeso e obesas, que passam a vida a oscilar de peso, podem beneficiar imenso, pois é possível perceber se há genes que aumentam o apetite para determinados tipos de alimentos, se tem maior tendência a recuperar o peso perdido, se tem facilidade ou não de perder peso. Essas informações auxiliam na construção de uma estratégia assertiva para alcançar os objetivos de cada um de forma segura, menos traumática e com maiores chances de sucesso.

De que maneira tem a genética impacto na nossa alimentação? 

Tem todo o impacto, pois, se assim não fosse, não existiam pessoas que respondessem tão bem a certo modelo de alimentação e, para outras, o que seria adequado simplesmente não funcionava. Atualmente, com a nutrigenética é possível perceber como a cafeína tem impacto no nosso corpo, se temos maior chance de termos deficiências nutricionais em algumas vitaminas, como o sono influencia a nossa saúde e mesmo que tipo de estratégia alimentar nos favorece. Costumo dizer que após fazer um Programa de Nutrigenética mudamos a forma como percebemos a nossa vida e acabamos por direcionar nossas ações do dia a dia em direções mais equilibradas e que valorizem as nossas potencialidades genéticas.

Como começou a Juliana nesta área? Sempre foi algo que a apaixonou?

Formei-me em Nutrição em 2005 e sempre fui apaixonada pela vertente da Nutrição Funcional, que é a nutrição que trabalha o ser humano nos seus diversos aspectos e não somente metabólico e físico.  A Nutrigenética entrou na minha vida em 2020 e desde então passei a estudar e aprofundar os meus conhecimentos sobre a área. Digo que o resultado de um teste de nutrigenética é como um bom livro, que deve ser lido e bem interpretado, pois ele por si só não te define e não define as condutas nutricionais e de saúde. É necessário “montar o puzzle” com as informações do histórico clínico, laboratorial, antropométrico e contexto ambiental em que o paciente se encontra para agir de forma assertiva. Atuar na vertente integrativa da nutrição funcional com ênfase na nutrigenética é fantástico, pois é atualmente a forma mais inovadora de encontrar soluções e impactar positivamente a saúde e bem estar dos pacientes.

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