As Cardiopneumologistas especializadas em Medicina do Sono, Bruna Reis e Sofia Rebocho, explicam como pode fazer sestas sem impactar o sono noturno
Ao contrário da vizinha Espanha, em Portugal não existe a cultura da sesta. Porém, este fenómeno parece estar a conquistar cada vez mais os portugueses. Segundo o Relatório do Sono da IKEA, 48% dos portugueses recorrem às sestas durante o dia para recuperar forças e melhorar o bem-estar. Em média, as sestas têm 36 minutos e esta prática tem sido cada vez mais reconhecida pelos seus benefícios para a saúde e ao bem-estar. No entanto, será que a prática de sesta pode impactar o sono noturno?
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Numa sociedade marcada por horários cada vez mais exigentes e rotinas cada vez mais aceleradas, dormir bem nem sempre é fácil. O Relatório do Sono destaca que 36% dos portugueses dormem 6 horas ou menos por noite, embora a maioria deseje dormir cerca de 8 horas. Além disso, a ansiedade e o stress, que afetam 23% da população, fizeram da sesta uma forma de “reset” para muitas pessoas. Embora pareça uma pausa tranquila, a sua influência no sono noturno é um tema que merece atenção.
Bruna Reis e Sofia Rebocho, Cardiopneumologistas especializadas em Medicina do Sono e autoras do livro “O Teu Mal é Sono” comentam que “a sesta pode ser uma forma eficaz de aumentar o estado de alerta, reduzir a sonolência diurna e complementar o sono da noite”.
Porém, alertam que esta deve ser feita com regras. Ou seja, segundo as especialistas, a sesta deve ter uma “duração curta entre 20-25 minutos, realizada depois de almoço, momento no qual temos uma predisposição fisiológica para dormir”.
“Ao prolongarmos demasiado a sesta (para além dos 30 minutos), corremos o risco de entrar em sono profundo e de despertar num estado de confusão, irritabilidade e prostração”.
Quem sofre de insónias deve evitar, “a todo o custo”, fazer sestas para não prejudicar o sono da noite.
