Com o aumento da utilização de implantes mamários e com a crescente consciência dos múltiplos benefícios do aleitamento materno, muitas mulheres deparam-se com a dúvida se poderão amamentar com implantes ou se a cirurgia terá interferência com a amamentação.
Amamentar é um ato de carinho e amor, que fortalece a relação entre a mãe e o bebé. Além disso, o leite materno é considerado o melhor e mais completo alimento que existe para o bebé. Este previne infeções, obesidade e diabetes. Já a mãe também beneficia desta ação: a amamentação, segundo o Serviço Nacional de Saúde, pode facilitar a perda de peso após o parto e reduz o risco de desenvolvimento de cancro na mama e nos ovários, diabetes e hipertensão.
No Dia Mundial da Amamentação, que se assinala hoje, falámos com o médico cirurgião plástico e diretor clínico da My Clinique, Duarte Salema Garção, para esclarecer que qualquer mulher com implantes pode amamentar.
Duarte Salema Garção, médico cirurgião plástico e diretor clínico da My Clinique
Qualquer mulher com implantes pode amamentar?
A resposta é sim. Qualquer mulher que tenha feito cirurgia mamária com colocação de implantes tem o mesmo potencial de amamentação que outra mulher que não o tenha feito. O facto do implante ser colocado atrás da glândula faz com que não interfira com o seu desenvolvimento e produção de leite materno, por isso, a colocação de implantes não interfere no processo de amamentação.
Existe alguma diferença entre uma amamentação sem ou com implantes?
Na verdade, não existem quaisquer diferenças, com exceção dos casos em que foi feita uma cirurgia mamária mais extensa, como a redução ou mastopexia extensa com implantes, por exemplo, em que a redução da glândula mamária pode levar a uma reduzida disponibilidade de leite. Mas, na verdade, esse processo não está diretamente ligado à utilização de implantes mamários.
O tipo de cirurgia mamária tem influência?
Sim, como referi na resposta anterior. Os únicos casos onde pode existir algum tipo de influência estão associados a cirurgias mais extensas, que vão além da colocação de implantes mamários que ao serem colocados por detrás da glândula mamária não afetam o seu desenvolvimento e a produção de leite materno.
Em cirurgias de maior extensão (como a mastopexia ou redução mamária) poderá ser afetada a capacidade de produzir leite materno suficiente. O que pode ser feito para que a produção se mantenha?
Em mulheres com hipertrofia mamária ou muito tecido mamário, mesmo depois de cirurgias mais extensas, é raro que haja uma alteração da disponibilidade do leito materno mas, por prevenção, aquando do procedimento cirúrgico deve ser mantido uma quantidade de tecido mamário suficiente, além do implante, em particular nos casos de mulheres que ainda não tenham sido mães.
