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Quer saber mais sobre o Jejum Intermitente? Nélia Tavares esclarece todas as suas dúvidas!

O jejum é uma prática realizada há milhares de anos, seja por questões religiosas, culturais ou mesmo pela escassez de comida. Hipócrates já falava sobre a prática do jejum como uma forma de melhorar e de prevenir doenças.

Existem dois tipos de jejum: o fisiológico – não comer absolutamente nada, ingerindo apenas líquidos não calóricos, como água, chá e café, sem adoçante (mesmo os naturais); e o jejum metabólico, com ingestão de alimentos que não provocam picos de insulina.

Atualmente, existem inúmeros estudos que comprovam a eficácia do jejum, por determinados períodos e momentos, na eliminação de células nefastas do organismo, para além de ser favorável no combate aos malefícios do envelhecimento e na cura de doenças degenerativas.

Para saber mais sobre este tema a LuxWoman falou com Nélia Tavares, formada e apaixonada pela área da Nutrição e Bem-estar integral.

Nélia Tavares, especialista em Nutrição e Bem-Estar, Médica Dentista e Implantologista

Nélia Tavares, mentora de Saúde e Bem-Estar, Médica Dentista e Implantologista

O que significa jejum intermitente?

Jejum intermitente é o ato de não comer durante um período de tempo. Normalmente começa- se com um período de 12h, entre o jantar e o pequeno-almoço. Gradualmente, pode aumentar- se o tempo sem comer para 14h, 16h ou mais horas, saltando refeições (como o pequeno-almoço). Contudo, para períodos mais longos, Nélia sugere aconselhamento profissional.

Refira-se que, a prática do jejum intermitente deve ser capacitada de acordo com cada indivíduo. De maneira geral, evitamos o jejum em crianças e grávidas e é importante entender que o jejum não deve ser encarado de forma isolada, mas sim como parte de um plano saudável de vida, que inclui nutrição, atividade física, qualidade de sono e gestão emocional”, esclarece Nélia.

Assim, não devem realizar o jejum intermitente:

  • Pessoas com um historial de distúrbios alimentares (bulimia, anorexia, entre outras);
  • Pessoas subnutridas e/ou com peso inferior ao normal (IMC < 18,5);
  • Mulheres grávidas ou a amamentar;
  • Crianças com menos de 18 anos;
  • Pessoas que foram recentemente submetidas a cirurgia;
  • Pessoas com problemas de saúde.

Quanto aos benefícios, eles são inúmeros. A especialista destaca aqueles que a fizeram iniciar nesta prática de saúde:

  1. Regulação do apetite: o jejum regula a hormona da fome, que é produzida pelo estômago (a grelina), e normalizar a hormona da saciedade produzida pelas células gordas, equilibrando assim o apetite.
  2. Aumento da energia: os níveis de energia tendem a aumentar durante os jejuns prolongados, devido a um aumento da adrenalina hormonal.
  3. Promoção da saúde intestinal: o jejum pode proteger o intestino contra os impactos negativos do stress e pode levar ao aumento da diversidade microbiana e a taxas elevadas de fermentação, tornando o intestino e o sistema imunitário mais fortes.
  4. Aumento da longevidade e Prevenção de Doenças através da autofagia: um processo de limpeza e renovação. Para sobreviver ao período em restrição de calorias, a célula passa “comer” as suas partes internas, degradando as partes ruins. Este processo tem um grande impacto na longevidade e antienvelhecimento, porque mantém as células jovens, saudáveis e a funcionar de forma ótima.

No entanto, Nélia tavares alerta para os benefícios podem ser anulados se não soubermos o que comer como primeira refeição após o jejum, quais os medicamentos e suplementos que interrompem o jejum intermitente, quais os líquidos que podemos ingerir, etc.”. Em caso de tonturas, náuseas, dores de cabeça constantes, fadiga crónica e alteração menstrual deve parar o jejum intermitente e comunicar a situação ao especialista que o segue.

Para além disso, a mentora de saúde e bem-estar alerta-nos ainda para os mitos associados ao Jejum Intermitente e à alimentação no geral:

“É importante lembrar que uma mentira dita mil vezes, torna-se uma verdade e o mesmo acontece com a alimentação. A informação é tão densa e a indústria alimentar tão economicamente forte, que se torna difícil entender o que é, realmente, verdade.

E foi nesse sentido que pedimos, então, à especialista na área da Nutrição e Bem-estar integral, que nos ajudasse a desmistificar alguns mitos enraizados na sociedade:

1. O Jejum Intermitente emagrece

O jejum intermitente, de forma isolada, não promove o emagrecimento. Se assim fosse, todas as pessoas que o fazem estariam a perder peso semanalmente. O jejum intermitente, quando associado a uma alimentação saudável, com frutas, vegetais e leguminosas, por exemplo, promove o emagrecimento e ajuda a prevenir doenças como diabetes tipo 2, obesidade ou esteatose hepática, que é o excesso de gordura no fígado.”

2. O Leite é a maior fonte de cálcio que podemos ingerir

Sabia que os vegetais têm mais cálcio que o leite? E são absorvidos mais facilmente? Os vegetais, em relação ao leite, têm ainda a vantagem de não ter colesterol e de possuírem muito mais proteínas, ferro e fibras.  A amêndoa, aveia, brócolos, agrião, couve-manteiga, espinafre, rúcula, soja, tofu, grão-de-bico, sementes de chia, gergelim e linhaça e sardinha são exemplos de alimentos com maior teor de cálcio que o leite. O leite pode ajudar na indução de sono, mas quando desnatado, pois, a gordura presente no leite estimula a atividade digestiva, o que leva a sonos agitados e até dificuldade em adormecer.”

Nélia Tavares acrescenta ainda uma curiosidade, diz-nos que existem mais casos de osteoporose nos países onde há maior consumo de leite.

3. É melhor beber um sumo de frutas do que comer a própria fruta

Os sumos de fruta não têm a presença de fibras para inibir a absorção da frutose (açúcar natural da fruta) e evitar, assim, a elevação súbita da glicemia. É sempre melhor comer a fruta do que bebê-la!”

4. Comer pouco e várias vezes ao dia é o melhor para emagrecer

Contrariamente ao que se pensa, comer pouco, mas várias refeições ao dia, não aumenta o metabolismo. Estudos demonstram que comer várias vezes ao dia aumenta o apetite e inclusive pode induzir a uma maior ingestão de alimentos. O metabolismo não depende da frequência com que nos alimentamos, mas da quantidade total de calorias e nutrientes ingeridos.”

5. Todas as gorduras são más

A gordura tem um papel fundamental no transporte de hormonas, no revestimento de células, na saúde dos neurónios e na saúde hormonal. Além disso, as gorduras trazem muita saciedade, sem causar impacto nos níveis de insulina, a principal hormona relacionada com o ganho de peso. Sendo assim, o seu consumo é extremamente útil também, num processo de emagrecimento saudável.

As gorduras que são maléficas para a nossa saúde são as hidrogenadas, trans e industrializadas, encontradas especialmente em alimentos de pacote ou óleos vegetais refinados. As gorduras naturais de alimentos como azeite, abacate, castanhas, nozes, coco, sementes, linhaça, azeitonas, carnes, peixes (salmão, atum, truta, sardinha), ovos e chocolate negro (+70%cacau), desde que consumidas com moderação e bom senso, são benéficas e fundamentais para o bom funcionamento do nosso organismo.”

Para adequar a sua alimentação às suas especificidades (biotipo corporal, tipo de sangue etc.) e, antes de iniciar qualquer dieta ou alteração alimentar, deve sempre contactar um profissional de saúde com conhecimentos nesta área para um aconselhamento correto e eficaz.

Para qualquer informação pode contactar a especialista, através do email: neliatavaresmedintegrativa@gmail.com. Pode ainda consultar as suas redes sociais, Facebook e Instagram.

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