Clarice Falcão: cantar a alma…

Canta por amor à música e por ser esta a melhor forma que tem para comunicar. Começou a carreira como atriz, no conhecido canal de Youtube ‘Porta dos Fundos’, e hoje consagra-se como uma das mais carismáticas cantoras do panorama da música internacional. A forma como ironiza temas sérios, como a tristeza e o amor, é uma das suas mais conhecidas características. Tem Conserto é o nome do último trabalho, disco que sucede a ‘Monomania’ e ‘Problema Meu’. A cantora esteve em Portugal para dois concertos – 16 de junho no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, e dia 17 no Capitólio, em Lisboa – e nós falámos com ela.

O público português esperava por si há muito… Sente que é acarinhada em Portugal?

Gosto muito de Portugal e das pessoas de Portugal. Do clima, do humor, da inteligência das pessoas.

Sente que é a cantar que é feliz? Porquê?

Sou muito feliz a cantar para as pessoas. Eu acho que, no final, apesar de fazer muita coisa – sou atriz, cantora, compositora, autora, o que eu gosto mesmo é de comunicar, de contar histórias, de emocionar as pessoas de alguma forma. Quando eu estou no palco e canto e vejo na plateia, nem que seja uma pessoa, que está a gostar, que está emocionada, que está a escutar aquilo com cuidado, para mim já valeu a pena!

O que oferece de diferente, a sua música?

Essa preocupação de oferecer uma coisa diferente, é uma preocupação que eu tenho mesmo. Isso é algo que eu sempre tentei. Especialmente, falando de temas que já são muito abordados, como o amor e a tristeza, etc… Eu penso numa forma em como esse tema ainda não foi abordado e então tento abordar o tema de uma forma inusitada. E espero conseguir fazê-lo.

Porque razão utiliza ironia e sarcasmo nas suas músicas?

A cena do humor passa muito pela minha forma de ver as coisas. Muitas vezes, o sarcasmo, a ironia, o humor, a graça, a leveza, o exagero, eles vêm sem eu planear. Quando eu vejo, já estão ali, comigo, é algo que já faz parte do meu estilo, não é uma coisa pensada ou calculada.

Os espetáculos apresentaram canções do último álbum, Tem Conserto. É um disco diferente dos outros? Ou mantém o mesmo registo de ironia e sarcasmo?

Eu acho que Tem Conserto continua a ter um certo sarcasmo e uma certa ironia porque é muito como eu me comunico. É o filtro através do qual eu vejo o mundo. Mas é um disco um pouco mais sério, tem menos ‘piada’. A forma como eu tentei falar dos assuntos mais sérios foi uma forma mais leve e irónica.

Planeado para um futuro próximo, o que tem?

Já comecei a compor um novo disco e estou desejosa de o mostrar! Já mostrei uma música nova, inédita, no Lollapalooza.

CLARICE FALCÃO

@claricefalcao

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