“És tão forte.”
Quantas vezes ouviste isto? E quantas vezes sorriste por fora, enquanto por dentro sentias vontade de gritar: “Mas eu estou exausta!”?
Ser chamada de “mulher forte” pode parecer um elogio e é, sem dúvida. Mas por vezes esse título transforma-se numa prisão invisível. Uma armadura pesada que aprendemos a vestir cedo demais, e que depois temos medo de tirar. Afinal, quem somos nós se não estivermos sempre a dar conta de tudo?
A armadilha da força
Vivemos numa época em que se espera da mulher que seja tudo e tudo ao mesmo tempo. Profissional competente, mãe dedicada, companheira presente, amiga disponível, filha exemplar e ainda com tempo para cuidar de si, meditar, fazer exercício e ter a pele hidratada. É o empoderamento que escorregou para o excesso.
A mulher forte tornou-se símbolo de sucesso. Mas ninguém fala do preço. Do cansaço acumulado, das lágrimas nos momentos de solidão, da irritabilidade que não se explica, da culpa por não conseguir estar em todo o lado com um sorriso.
Quando ser forte cansa, há sinais que o corpo e a alma vão dando, mas nem sempre os queremos (ou nos permitimos) ouvir:
- Cansaço constante, mesmo depois de dormir.
- Falta de paciência para os filhos ou para o parceiro.
- Sensação de estar sempre a correr atrás de algo mas sem saber bem o quê.
- Vontade de desaparecer por uns dias, só para respirar.
Não, isto não é fraqueza. É o resultado de anos a viver em modo de sobrevivência. De estar sempre “no controlo”. De não parar, por medo do que vem ao silêncio.
A dificuldade em pedir ajuda
Há uma ideia perigosa que aprendemos: que pedir ajuda é sinal de falha. Então resistimos. Tentamos mais um pouco. Suportamos mais um peso. Acumulamos responsabilidades e vamos dizendo que está tudo bem, mesmo quando já não está.
Mas a verdade é esta: nenhuma de nós nasceu para aguentar tudo sozinha. Somos feitas para a conexão, para a rede, para o colo mútuo. E permitir-nos ser cuidadas é, também, um acto de amor e coragem.
Redefinir o que é ser forte: E se força for, afinal, saber parar? E se for dizer “hoje não consigo” sem sentir culpa? E se for reconhecer que precisamos de descanso, de abraço, de pausa?
Ser forte não é estar sempre bem. É ser verdadeira. É ter a ousadia de ser humana num mundo que nos quer máquinas.
Um convite para ti
Hoje, deixo-te este convite: Pousa a armadura por um momento. Respira. Pergunta-te: “O que é que eu preciso agora?”
Talvez seja dormir mais cedo. Talvez seja dizer não. Talvez seja chorar no carro sem vergonha. Talvez seja pedir ajuda.
E que possas lembrar-te sempre: Tu não precisas de ser a mulher forte todos os dias. Basta seres tu. Inteira, imperfeita e real.
Segue o Naturalmente Mulher para mais dicas e um acompanhamento personalizado. Seguimos juntas, naturalmente.
Ana Pinto

Permite-te curar, processar e evoluir
Mentora e criadora da plataforma ‘Naturalmente Mulher’, que visa apostar no desenvolvimento pessoal feminino, especialmente nas áreas da maternidade, desenvolvimento pessoal e divórcio consciente. Dedica-se à criação de conteúdos e mentorias para ajudar outras mulheres a alcançarem uma vida de clareza, propósito e equilíbrio. Tudo é criado de forma individual e de acordo com as necessidades de cada mulher.
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