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Body Imagem Movement com embaixadora lusa

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O filme segue as vidas de três modelos plus-size, Elly, Kerosene e Laura, que querem alterar a perceção do corpo que é perpetuada pela indústria da moda, e explora também o controverso termo ‘plus-size’ e a influência que este tem sobre a sociedade.

O objetivo é lembrar ao mundo que a beleza é um conceito com um espectro bem diverso e que está na hora de expandir as nossas mentes em relação ao que nos foi dito sobre o que deve ser considerado belo: “Cada um de nós deve ser autorizado a criar os seus padrões pessoais com base no que acreditamos verdadeiramente como indivíduos”, explica Giovanna.

“As modelos plus-size são um exemplo de beleza através da diversidade e um exemplo de sucesso que não se conforma com as normas. As suas histórias são inspiradoras e são os temas perfeitos para passar esta mensagem de confiança e beleza, a fim de fazer deste mundo um lugar mais evoluído, onde é permitido a todos existir e coexistir independentemente do seu tipo de corpo”, adianta.

Para James, os efeitos do que é o corpo ideal sobre a nossa autoimagem mental sentem-se desde a infância: “Passamos uma quantidade impressionante de tempo a olhar para outdoors, revistas, televisão, cinema e Internet, que nos vendem uma imagem que a esmagadora maioria de nós não consegue atingir, por razões genéticas ou físicas.” Atualmente, o espaço para as mulheres com curvas nas passerelles e nas lojas de roupa é pouco, mas essa é uma realidade que está lentamente a mudar: “Mulheres curvilíneas estão a abrir as suas próprias lojas plus-size, a criar as suas revistas de moda e a organizar os seus próprios desfiles”, explica James.

É preciso parar com a ideia de que o tamanho zero é a única representação do que é um corpo bonito, e criar um conceito mais inclusivo, em que todos os tamanhos são positivos: “Quando as mulheres mais jovens começarem a ter vários tipos de modelos nas principais revistas, nos filmes e na televisão, a perceção da autoimagem mudará completamente. Vão crescer a aceitar e amar os seus corpos, com todas as suas diferenças. Cabe a cada um de nós começar a exigir mais do que realmente queremos ver, e os media só mudarão quando nós o fizermos”, frisa Giovanna.

Quem são as três modelos que podemos ver no documentário ‘A Perfect 14’? São mulheres que se destacam como exemplos de confiança e sucesso no mundo da moda.

Estas três mulheres são o fio condutor do documentário, e é através das suas histórias e dos seus testemunhos que ficamos a conhecer melhor a realidade do mundo plus-size, um mundo que causa exclusão e categorização na sociedade: “É um rótulo e, infelizmente, um termo negativo para algumas pessoas”, afirma Elly. “Eu não me considero plus-size, principalmente desde que baixei seis números. Contudo, na indústria, a norma diz que sou”, conclui.

“Somos chamadas modelos plus-size porque somos três a oito tamanhos acima da norma. Na vida real, contudo, a história é completamente diferente. O meu tamanho é o tamanho médio de uma mulher na maioria dos países.

Tecnicamente, não sou uma mulher plus-size, mas, se não me considerasse assim, não teria trabalho neste meio”, explica Laura.

Kerosene acredita que não é a própria palavra que causa exclusão, mas sim os media: “A quantidade de vergonha do corpo nas revistas é ultrajante. Isso é parte do problema, não uma simples palavra. Não deveria ser controverso ver uma pessoa mais robusta numa capa. Apresentar uma gama diversificada de pessoas deveria ser algo comum e normal.”

Qual é a mensagem que estas mulheres querem passar com o filme? Acima de tudo, a de que a beleza é algo que vem de dentro, “é como se trata os outros, o que se faz pelos outros, e a forma como se vive”, diz Laura.

A felicidade não depende do tamanho da barriga ou das coxas, e muito menos se define pelo termo ‘plus’.

Desde o dia em que nascemos que nos dizem o que devemos vestir ou como devemos comportar-nos. Somos levados a pensar que temos de pedir desculpa pelo nosso corpo, mas Elly diz sem hesitar: “Se uma rapariga não tem confiança em si mesma desde pequena, irá transformar-se numa mulher complexada. O que pode ser bonito para mim pode não ser para outra pessoa. Ter orgulho de si mesma e ser confiante é algo sexy e necessário para sobreviver a esta coisa louca a que chamamos vida.”

‘Women Are Back’

Marina Rinaldi já descobriu o filão que há nos tamanhos grandes. A marca tenta lutar contra a perceção distorcida que existe hoje à volta do que deve ser o corpo de uma mulher e oferece tamanhos alternativos aos XS e S das marcas populares.

A marca de roupa feminina pertence ao grupo italiano Max Mara. Fundada em 1980, foi uma das primeiras lojas para mulheres curvilíneas, e hoje tem mais de 300 lojas espalhadas por todo o mundo.

Em 2013, a marca procurou adotar uma linguagem mais criativa e imediata, dirigida a um público de mulheres reais: “Estamos a tentar destacar ainda mais do que no passado o facto de a moda ser um prazer e um direito de todas as mulheres, independentemente do seu tamanho. Todas as mulheres têm o direito de se sentir bonitas”, afirma Lynne Webber, diretora-geral da Marina Rinaldi.

O primeiro ato dessa renovação foi o projeto ‘Women Are Back’, no qual 12 das mais populares curvy bloggers da Europa, da Rússia e dos EUA foram convidadas para uma experiência de moda em Milão.

Estas não são, contudo, simples mulheres do mundo da moda. São bloggers robustas e curvilíneas que espelham uma comunidade global de mulheres reais, com uma grande paixão pela moda e com muita criatividade. Têm milhares de seguidores e mostram quase diariamente as possibilidades de ser grande e de se vestir muito bem.

Iris, Katya e Tanesha são três das mulheres que fazem parte do projeto ‘Women Are Back’ e que têm em comum as curvas e o amor pela moda.

O problema está na moda ou na nossa cabeça?

Sim, a imagem transmitida pelos media tem um grande papel na nossa definição pessoal de corpo perfeito, mas será só à moda que devemos apontar o dedo? Taryn Brumfitt é mãe de três crianças, escritora e fundadora do ‘Body Image Movement’, movimento que tem como objetivo redefinir e reescrever os ideais de beleza. A sua missão é a de encorajar as mulheres a serem mais positivas em relação a si próprias e a usarem uma linguagem mais feliz a respeito dos seus corpos (e o dos outros), dando prioridade à saúde.

Em 2012, Taryn percebeu que passaria uma imagem negativa à sua filha caso decidisse realizar uma cirurgia plástica para se livrar do excesso de gordura na barriga: “Como é que vou ensinar-lhe a amar o seu corpo, quando estou à frente dela com um corpo cirurgicamente modificado?”

Taryn cancelou a operação, mas continuou a odiar o seu corpo. Por isso, decidiu mudar, emagrecer e participar num concurso de culturismo, porque queria sentir o que era ter um “corpo perfeito”. Conseguiu.

Alcançou o físico que a maior parte das mulheres idealiza, mas não se sentiu mais feliz. Foi então que se apercebeu de que, por mais que tivesse emagrecido, nada tinha mudado sobre o que sentia. Mudar a relação com o seu corpo não era uma questão de tamanho.

Em 2013, Brumfitt publicou uma imagem de ‘antes e depois’ no Facebook, que recebeu mais de três milhões de ‘gostos’, mas as fotografias colocadas lado a lado não mostravam uma barriga tonificada depois da perda de peso.

O ‘antes’ foi tirado quando participou no concurso de culturismo. O ‘depois’ foi obtido no pós-parto. Taryn escreveu na altura: “Ama o teu corpo em qualquer idade e em qualquer fase.” Explicou depois o porquê do sucesso da fotografia: “Deus nos livre de uma mulher poder amar o seu corpo depois de engordar!”

Foi assim que começou o ‘Body Image Movement’, com o desejo de ensinar, educar e gritar ao mundo que amar o seu corpo pode trazer felicidade e mudar vidas para sempre. Se há exemplos de mulheres que têm dificuldade em se aceitar como são, há também mulheres que exibem uma grande confiança.

Marta Braga, jornalista, descreve o seu corpo como ‘redondo por inteiro’: “Não sou aquele género de ter as pernas magras e ancas largas. A carne distribui-se por igual, o que não é mau de todo. Pelo menos, eu vivo bem com isso”, afirma.

Marta já chegou a fazer dietas, mas nada demasiado extremista. Regra geral, tem muito cuidado com a alimentação, come quase sempre sopa, evita fast food e procura os melhores ingredientes. A confiança que sente em relação ao seu corpo está relacionada com uma questão de autoconsciência: “Jamais usaria minissaia, mas uso saias pelo joelho, que, com uns saltos altos, podem ser igualmente sexy. Não uso roupa demasiado justa, nem demasiado larga. Dá mais trabalho, mas o esforço compensa.”

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