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Dia da Grávida: o parto é um momento único para colher as Células Estaminais do bebé

No dia 9 do mês 9, assinala-se o Dia da Grávida, para celebrar este período tão especial da vida das futuras mães, que é a gestação. Nesta fase de preparação para o nascimento do bebé, uma consideração importante é a criopreservação das células estaminais do cordão umbilical, uma vez que o parto é o único momento em que estas podem ser colhidas. Após serem enviadas para o laboratório de criopreservação, as células estaminais são armazenadas a temperaturas muito baixas (cerca dos 190°C negativos), de forma a estarem disponíveis a qualquer momento, em caso de necessidade.

Tanto o sangue que circula no cordão umbilical, como o próprio cordão umbilical, são ricos em células estaminais, que podem ser facilmente colhidas, de forma rápida e totalmente indolor, logo após o nascimento do bebé. Descobertas em 1974, as células estaminais do sangue do cordão umbilical são, atualmente, consideradas uma alternativa às células da medula óssea para transplante, tendo já sido usadas em mais de 45 mil transplantes, para o tratamento de mais de 90 doenças graves, tais como doenças hemato-oncológicas (por exemplo leucemias e linfomas), imunodeficiências, anemias, talassémias, doenças metabólicas, entre outras. As células do sangue do cordão umbilical apresentam vantagens significativas, como a colheita fácil e indolor, a disponibilidade imediata para transplante, a maior tolerância relativamente aos fatores de compatibilidade, e a menor probabilidade de desenvolver doença do enxerto contra o hospedeiro (uma complicação que pode ocorrer após um transplante, em que as células do dador reagem contra as do recetor). Para além disso, estas células têm vindo a ser aplicadas, em contexto experimental, noutras patologias que atualmente não dispõem de opções de tratamento satisfatórias, como paralisia cerebral, surdez adquirida, autismo e diabetes, o que faz delas um recurso valioso, que é importante guardar para o futuro.

Também as células estaminais do tecido do cordão umbilical têm vindo a ser utilizadas em tratamentos experimentais, num leque cada vez mais alargado de doenças, nomeadamente musculoesqueléticas, cardíacas, pulmonares e autoimunes, com resultados promissores. Estas células apresentam propriedades que lhes conferem um elevado potencial para aplicação clínica, nomeadamente a sua capacidade para regular o sistema imunitário, para proteger células do sistema nervoso e para estimular a regeneração dos tecidos e a formação de novos vasos sanguíneos. A facilidade com que podem ser obtidas e a sua elevada capacidade de multiplicação em laboratório são algumas das razões para a sua crescente utilização em ensaios clínicos.

Nas últimas décadas, as células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical têm vindo a ganhar notoriedade, pelo seu extraordinário potencial para aplicação clínica, estando registados mais de 500 ensaios clínicos com estas células, no âmbito do tratamento experimental de doenças como paralisia cerebral, autismo, AVC, artrite reumatoide, lúpus e diabetes, entre muitas outras. Os resultados promissores que têm vindo a ser alcançados permitem antever a sua crescente utilização em aplicações inovadoras em contexto de medicina regenerativa.

Artigo de Opinião de Bruna Moreira

Investigadora, Departamento de I&D da Crioestaminal

Dr.ª Bruna Moreira

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