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Dino D’ Todo o mundo : A voz da lusofonia

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O antes e o depois de Madonna

O momento em que conheceu a rainha da Pop foi outro acontecimento, inesperado, que acabou por influenciar a carreira e a vida de Dino D’Santiago. Depois de ter sido apresentado à artista por uma amiga em comum, que assistira a um concerto de Dino e que o considerara a pessoa ideal para apresentar a musicalidade lusófona à cantora, o mundo deu uma volta de 180 graus. Era uma curiosidade genuína, que a levou a apaixonar-se, rapidamente, pelo som dos batuques.

A disponibilidade da americana, assim como a sua simplicidade foi o que mais surpreendeu Dino, chegando a discutir temas do projeto que se preparava para lançar e acabando mesmo por escolher algumas das músicas do algarvio, para a reportagem sobre si, na Vogue Itália. Apesar da ligação próxima que foram construindo, o artista não tem receio que o considerem um protegido da cantora e sente que esta, acabou por absorver mais do seu mundo, do que o contrário, mas tudo de uma forma muito natural.

Sobre a possibilidade de Madonna usar toda a sonoridade que absorveu em Lisboa, nos seus trabalhos, Dino não tem dúvidas : vai fazê-lo. ” Até o meu produtor de Nova Iorque, Rusty Santos percebeu: “Vocês têm de exportar que antes que o Drake o faça”. É também devido a este fenómeno da globalização que se está a criar este movimento lusófono, para se apropriarem do que é nosso e através disso chegarem a outros palcos, movidos pela sua verdadeira alma.

Foi já no final do ano de 2018 que foi editado o mais recente disco do cantor, “Mundu Nôbu”, um trabalho que é o resultado do passado do cantor, juntamente com a sua ideia do futuro. Uma celebração das suas origens, onde é possível destacarmos os afetos e as emoções que nos levam para longe, sem deixar de ser reconfortante, onde sobressai uma das grandes vozes da música portuguesa, a de Dino D’Santiago.

A mensagem é sem dúvida uma preocupação para o artista, mas é através da sua energia que o autor de temas como “Como seria”, quer hipnotizar o seu público e pô-lo a dançar, enquanto fala de temáticas como a escravatura, o racismo ou a desvalorização da mulher.

Aos 36 anos, Dino conquistou aquele que considera ser o seu país, Portugal e sobretudo a sua Lisboa, onde se sente completo. Para isso acontecer, muito pode agradecer aos seus ouvintes pois sem eles, a mensagem que quer passar nunca chegará ao seu destinatário e, também, às alterações sociais que se têm verificado, um pouco por todo o lado, mas sobretudo em Lisboa. E é sobre isso que fala um dos temas do novo trabalho do artista, ” Nova Lisboa”, da multiculturalidade.

Lisboa surge de uma forma diferente, sem barreiras delimitadoras na circulação da música , como bairros ou guetos, verificando-se essa mistura em qualquer canto lisboeta. É por isto que é aqui que se sente em casa e que deixou Santiago para ser D’Todo o mundo.

Texto de João Rodrigo

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