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Mulheres com Atitude: Inspiring Girls Portugal, Joana Frias Costa

Originária do Reino Unido, a Inspiring Girls é uma organização não-governamental internacional fundada, em 2013,  por Miriam González Durántez, que lançou a campanha Inspiring Women, um programa que colocava em contacto jovens meninas britânicas com mulheres de referência. Atualmente, encontra-se em 30 países e conta com mais de 24 mil mulheres só no Reino Unido, que voluntariamente partilham o seu exemplo e experiências.

Em Portugal, o projeto surgiu em 2020 graças a Joana Frias Costa, que se identificou de imediato com a missão e o propósito da ONG. “Há muito que os temas relacionados com a igualdade de género me mobilizavam e senti que podia eu própria dar um contributo, sobretudo, num país como o nosso onde, apesar dos avanços registados nas últimas décadas, ainda temos tantos obstáculos para eliminar”, conta.

E mesmo que na época estivesse empregada a tempo inteiro, isso não a impediu de contactar a sede no Reino Unido para perceber se havia possibilidade de trazer a Inspiring Girls para Portugal e de preparar uma “apresentação de uma proposta de plano de atividades detalhado e fundamentado”. Diz-nos com orgulho, Foi com a aceitação da minha candidatura que nasceu a Inspiring Girls no nosso país”. 

Inspiring Girls Portugal

Com a missão de inspirar raparigas a alcançarem as suas aspirações, através do contacto com mulheres de sucesso das mais variadas áreas, setores profissionais e com os mais diversos estilos de vida, a Inspiring Girls Portugal mostra que ser mulher não é, de forma alguma, uma limitação”. 

Sessão ES Daniel Sampaio_Joana Garoupa

Joana Costa, presidente da organização, diz ser importante esclarecer que “não estamos aqui para influenciar escolhas ou preferências por este ou aquele setor”. A Inspiring Girls Portugal está sim focada em quebrar estereótipos sexistas e em contribuir para aumentar a ambição profissional das jovens raparigas.

O nosso objetivo é levar inspiração a estas jovens e elevar os seus sonhos e aspirações através da educação, da promoção do autoconhecimento e da partilha”, afirma. 

O contacto é feito através de sessões em escolas, destinadas a estudantes entre o 5º e 12º ano, nas quais participam as mulheres voluntárias da associação. Embora a Inspiring Girls Portugal tenha  sessões direcionadas apenas para raparigas, conforme o contexto e a realidade da escola e das atividades solicitadas, existem sessões para raparigas e rapazes conjuntamente.

Workshop Tecnologia_Es Loures

Durante estas sessões, as voluntárias têm oportunidade de partilhar as suas próprias histórias, “tantas vezes feitas de desconstrução de preconceitos e de obstáculos societais, inspirando, desta forma, as raparigas a lutar pelos seus sonhos e aspirações”.

Algumas das atividades são também desenvolvidas para empresas, universidades e associações, em que são dinamizadas sessões de formação no contexto das organizações que procuram a Inspiring Girls Portugal para abordar temas mais específicos, como igualdade de género e linguagem inclusiva, ou workshops setoriais. 

Por detrás de um grande projeto, está uma grande mulher

Presidente Inspiring PT_Joana Frias Costa

Joana Frias Costa tem dois filhos, adora ler, correr, receber amigos em casa e tocar bateria. Trabalha há 15 anos na área da comunicação e responsabilidade social corporativa, tendo passado por setores como o turismo, indústria farmacêutica e o setor financeiro. Paralelamente, há 10 anos que é professora no ensino superior, na Escola Superior de Comunicação Social.

Perseguidora incansável pela equidade, sempre achou que tinha o dever de tentar mudar a sociedade para melhor. Quando foi mãe, essa vontade acentuou-se ainda mais. Envolvida em bastantes projetos relacionados com o tema, Joana sentia que podia dar mais. “Queria um projeto independente, com impacto social direto e, acima de tudo, com capacidade para ter amplitude nacional”.

Embora nos conte estar orgulhosa do que a Inspiring Girls Portugal alcançou em tão pouco tempo, o caminho para chegar aqui não foi fácil. Com dois empregos – “era responsável de Comunicação e Responsabilidade Social numa seguradora e professora num estabelecimento do ensino superior” -, uma filha de 2 anos e grávida; o tempo de Joana era escasso. “Trabalhava no plano de atividades afincadamente à noite, depois de deitar a minha filha, juntamente com umas colegas e amigas que rapidamente desafiei para se juntarem a mim”. Só depois do nascimento do seu segundo filho é que conseguiu formalizar a abertura da associação.

Hoje em dia, a sua maior preocupação é assegurar que a Inspiring Girls Portugal chegue a outras zonas do país.É hora de irmos para outros sítios no país, outras localidades, de norte a sul, do litoral ao interior. Este é um tema fulcral e estratégico para este ano”, afirma.

E o que é que o futuro reserva?

Bom, quando me perguntam qual a visão que tenho para a Inspiring Girls Portugal, costumo responder que é a sua extinção”. É assim que Joana nos respondeu quando lhe perguntámos o que pretendia para o futuro da Inspiring Girls Portugal. Justifica logo de seguida, que isto significaria que estaríamos num mundo justo e igualitário”. 

Infelizmente, reconhece que essa é ainda uma realidade longínqua e, com os pés assentes na terra, revela-nos que pretende que a associação cresça e que tenha os recursos necessários para que, em simultâneo, esteja a acontecer uma sessão em cada região do país. “As nossas colegas de Espanha já aí estão, nós lá chegaremos. Farei de tudo para que assim seja em breve”.

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