Quantas vezes te esqueceste de ti para não desiludir os outros? Vivemos a dizer “sim” quando queremos dizer “não”, a sorrir quando o que queremos é chorar, a cuidar de todos menos de nós. Este texto é um convite para parar, respirar e lembrar: escolher-se a si mesma não é egoísmo — é libertação.
Quantas vezes deste por ti a dizer “sim” quando, no fundo, querias dizer “não”? A calar o que sentias, a engolir emoções, a esconder desejos – tudo para manter a harmonia, evitar conflitos ou garantir que os outros estivessem bem? Este é um padrão demasiado comum entre nós, mulheres: escolher os outros antes de nos escolhermos a nós.
Muitas de nós crescemos a acreditar, de forma mais ou menos subtil, que o nosso valor está no quanto damos, no quanto cuidamos, no quanto nos anulamos em nome do amor, da amizade, da família. Fomos ensinadas a ser prestáveis, compreensivas, “boas meninas”. Aprendemos, cedo demais, que é mais seguro agradar do que incomodar, ceder do que afirmar.
Mas este padrão, que até pode ter sido uma forma de sobrevivência emocional na infância ou adolescência, torna-se, na vida adulta, uma prisão invisível. Continuamos a abdicar de nós em nome do bem-estar dos outros. E pagamos um preço elevado: exaustão emocional, perda de identidade, ressentimento acumulado e, muitas vezes, uma solidão profunda – mesmo quando não estamos sozinhas.
Quando deixamos de nos ouvir, quando calamos os nossos limites, desejos e verdades, afastamo-nos cada vez mais de quem realmente somos. Passamos a viver em função da validação externa, esquecendo-nos de que merecemos viver em coerência com a nossa verdade interior. E essa desconexão cobra um preço: cansaço crónico, frustração, baixa autoestima, problemas de saúde e um sentimento crescente de invisibilidade.
Mas há outro caminho. E começa com consciência. Começa quando paramos, respiramos fundo e nos perguntamos: O que é que eu quero, verdadeiramente? O que é que eu preciso agora? O que é que estou a sentir? Pode parecer simples, mas para muitas de nós, escutar-nos é um ato radical.
Depois da consciência, vem a coragem. A coragem de dizer “não” quando é “não”. De colocar limites, mesmo correndo o risco de desagradar. De dizer o que sentimos, mesmo com medo da reação do outro. De reconhecer que a nossa alegria também importa. Que cuidar de nós não é egoísmo – é responsabilidade.
E, por fim, vem a prática. Porque mudar um padrão enraizado não acontece de um dia para o outro. É um treino diário de presença, de escuta, de compaixão por nós mesmas. Um compromisso profundo de não nos abandonarmos mais.
Este é um convite para olhares para dentro. Para reconhecermos, com honestidade e ternura, quantas vezes nos colocámos em último lugar. E para começarmos, passo a passo, a inverter essa ordem. Quando nos escolhemos, não deixamos de amar os outros. Apenas deixamos de nos esquecer de nós.
Tu já és tudo aquilo que precisas ser. Permite-te!
Ana Pinto

Permite-te curar, processar e evoluir
Mentora e criadora da plataforma ‘Naturalmente Mulher’, que visa apostar no desenvolvimento pessoal feminino, especialmente nas áreas da maternidade, desenvolvimento pessoal e divórcio consciente. Dedica-se à criação de conteúdos e mentorias para ajudar outras mulheres a alcançarem uma vida de clareza, propósito e equilíbrio. Tudo é criado de forma individual e de acordo com as necessidades de cada mulher.
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