No meio de tanta oferta de “peças soltas”, falar-vos de mais uma marca era, no mínimo, pouco relevante. Mas, falar da Atelier Estorninho é relevante, há ali história, da que escrevemos com maiúscula. Stay with me, vamos sair disto a saber mais, e como o saber não ocupa lugar e (por enquanto) não paga imposto, enjoy the ride!
Calças Tropical Combat, inspiradas nos uniformes de combate das Forças Armadas americanas
Lançada no mercado em 2023, a Atelier Estorninho é uma marca de moda masculina made in Portugal. Primeira ressalva: moda masculina, mas com vários modelos unissexo, e temos visto algumas meninas e senhoras a usarem-na bem.
A marca, ao consagrar uma fusão de modelos clássicos e utilitários os quais historicamente superaram “o teste do tempo”, adapta-os à atualidade com recurso a tecnologias têxteis.
Camisa Fleeming, com 4 bolsos funcionais
Assim se justifica que o desenvolvimento da marca tenha sido, em parte, sustentado pelo fascínio que a história da produção massiva de uniformes militares, uniformes de trabalho ou uniformes académicos exerce sobre o fundador da marca, Hugo Estorninho.
A Atelier Estorninho incorpora um sentimento cativante que se traduz nessa fusão do passado com o presente, infundindo na estética contemporânea uma homenagem ao estilo duradouro dos anos passados. E deixa-nos a projeção futurista com o mote “Future Proof Garments for all Humankind”.
A designação “atelier” não surgiu ao acaso. O fundador é um jovem apaixonado pela criatividade, meticuloso em cada modelo que desenha, acompanha de perto a modelação e a própria confeção, processos dos quais resultam edições limitadas e stocks controlados. Uma ode aos bons materiais e aos detalhes da arte de bem fazer.
Com uma seleção permanente mais intemporal caracterizada pela elegância, a coleção da Atelier Estorninho também apresenta modelos de estação. Camisas de linho, t-shirts, polos, calções, calças cargo e calças chino são algumas das teças de temporada que vêm cimentar o conceito smart-casual pautado por hoodies, cardigans, bonés e até um casaco para a chuva.
Corta-vento unissexo Fairway
A coleção do verão 2024 bebe inspiração nos elementos marítimos e naturais da ilha italiana de Ischia. Uma paleta de beiges e azuis pincelam tecidos premium nacionais como o seersucker e o turco, acrescida de detalhes em corozo e madrepérola.
Da coleção faz ainda parte um modelo de t-shirt com dois estampados resultantes da colaboração com o criativo digital João Batista, fundador do Sr. Fato.
Com um toque suave e durabilidade excecional, estas t-shirts, naturalmente made in Portugal, tornam-se uma proposta de valor premium inusitada para o verão.
Atualmente a coleção está disponível para venda no site oficial da marca aqui e nas lojas The Feeting Room, tanto de Lisboa como no Porto.
Enquanto fashion buyer de marcas premium para os mercados do Médio Oriente (onde o orçamento não era questão), sabia que sinais distintos como a longevidade, a tradição, a incorporação de campanhas de comunicação com recurso aos mais recentes canais digitais e parceria com as personas do momento eram e, claro, são fatores que posicionam as marcas junto do target, seja ele socioeconómico, seja ele geográfico.
De igual forma, enquanto formadora em comércio internacional, numa escola de moda em Portugal, compreendo os diferentes graus e expectativas que a palavra “internacionalização” carrega. Vender no digital coloca as marcas na “autoestrada” global. Contudo, todos nós temos as nossas contas de Instagram sobrelotadas pela invasão de “roupa” ou “acessórios” e perante essa invasão que veio sem pedir licença, importa utilizarmos o nosso discernimento para estarmos na crista da onda das fashion weeks mas, e também, questionando-nos um pouco mais e melhor sobre se essas “peças soltas” têm uma história, onde são produzidas, sob que condições, por quem e se, resistem ao teste do tempo (seja ele qual for), com qualidade.
Em jeito de check-out, identifico a Atelier Estorninho como uma marca fundada em princípios históricos e sólidos, uma marca gira, cool, para os apreciadores de um smart-casual descontraído, mas elegante.
Artigo de Opinião de Elsa Dionísio
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