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Igualdade Salarial: vão ser precisos mais 30 anos

Que as mulheres auferem salários mais baixos do que os homens nos mesmos cargos, não é novidade. Afinal, o ‘gap’ salarial é há muito tema de discussão. Mas apesar de todos os esforços recentes, das promessas e das medidas anunciadas por empresas e autoridades, a igualdade salarial continua a ser apenas um desejo. A questão aqui é: quando é que mulheres e homens vão ser iguais em matéria salarial?

A pedido da Merck, empresa líder em ciência e tecnologia, a Spirituc conseguiu fazer um retrato das evoluções registadas em Portugal no decorrer da última década e chegar a uma conclusão: é expectável que apenas em 2052 homens e mulheres recebam o mesmo salário médio mensal para funções homólogas. Ou seja, vão ser ainda necessários 30 anos para lá chegar.

Estes e outros dados foram apresentados ontem no evento ‘As One for Diversity, Equity & Inclusion’. Um encontro onde se fez uma viagem pela realidade portuguesa na última década, em busca dos indicadores que permitam desenhar o cenário nacional ao nível da diversidade, equidade e inclusão e traçar o que pode vir a ser o futuro ou o que será necessário fazer para que o futuro seja uma realidade mais equitativa.

Concept of woman and man paygap gender inequality in work place

Algumas das conclusões a que se chegou

Os dados permitem perceber que o chamado Índice de Desigualdade de Género no que diz respeito aos quadros superiores, em particular em Conselhos de Administração das empresas, tem vindo a decrescer, o que significa que há mais mulheres nestes cargos. É, por isso, expectável que decresça, em 2031, para 7,1 pontos vs. os 58,0 verificados em 2021. No entanto, apenas em 2063 o número de mulheres e homens em posições executivas deverá ser similar. Mais perto, em 2033, poderemos esperar igual número de mulheres e homens em Conselhos de Administração.

“São dados que nos devem fazer refletir sobre as mudanças que ainda são necessárias para termos uma verdadeira diversidade, igualdade e inclusão de género”, refere Pedro Moura, Diretor-Geral da Merck Portugal.

Melhor é o cenário da presença feminina nos governos, que tem vindo a aumentar e que, em 2027, deverá atingir o seu expoente máximo, sendo expectável que se alcance o cenário ideal de igualdade por volta dessa data.

São vários os indicadores do estudo, que foram apresentados ontem, assim como os ‘cenários ideais’, como aquele que dá conta que teremos de esperar até 2037 para que a totalidade dos homens partilhe a licença de parentalidade com as mulheres; ou que, em 2030, 83,7% dos agregados monoparentais ainda sejam femininos; ou ainda que só em 2045 é que devemos ter igual número de homens cuidadores, tal como temos de mulheres.

“Na Merck, a nossa aposta vai no sentido de equipas heterogéneas, do reconhecimento dos direitos de cada um, de um esforço contínuo para que todos os colaboradores sejam incluídos da mesma forma e isso tem tido tradução nos números: a nível do grupo Merck, existem 35% de mulheres em cargos de liderança e 43% na força de trabalho global e em Portugal mais de metade da liderança é ocupada por mulheres. É certo que há ainda muito a fazer, mas temos de agir e fazer acontecer a mudança e consequente obtenção de resultados”, refere Pedro Moura, Diretor-Geral da Merck Portugal.

E é por isso que a Merck pretende fazer o lançamento, em Portugal, da iniciativa ‘As One for Diversity, Equity & Inclusion’. Uma iniciativa inspirada no projeto ClosinGap, levado a cabo pela Merck Espanha e que por cá decorre com o apoio da AESE Business School, com o objetivo de trabalhar em particular na diversidade de género tornando os conceitos de diversidade, equidade e inclusão cada vez mais uma realidade, envolvendo vários setores de atividade. “Queremos ser agentes de mudança e ajudar a reduzir o gap. Para isso, convidamos as empresas a juntarem-se à implementação deste projeto, independentemente da sua área de atuação.”

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