Foi fruto de um acaso que o negócio da restauração entrou na vida de Maria da Penha Pereira Coutinho. Em 2017, o marido recebeu um convite para ser sócio do antigo Le Chat e ambos acharam que seria “uma área interessante e uma boa aposta”.
Hoje, fundadora e CEO do Grupo Suspeitos do Costume, detém três espaços de referência em Lisboa: O Bom O Mau e o Vilão, o Catch me e o Eat Pray Love.
Grupo Suspeitos do Costume
O Grupo Suspeitos do Costume nasceu em 2019 e conta com três espaços de referência em Lisboa: Catch Me, O Bom O Mau e o Vilão e o Eat Pray Love. Além de espaços, bares e restaurantes, também organizam eventos.
Assentes nos pilares “Autenticidade, versatilidade, felicidade e know-how”, o propósito do grupo é criar experiências urbanas incríveis, em locais extraordinários, que fazem pessoas felizes.
“Só investimos em coisas de que gostamos também do ponto de vista pessoal. Os nossos espaços são também os espaços onde nós próprios iríamos quando tivéssemos que escolher”, afirma.
Cada espaço propõe-se, segundo Penha Pereira Coutinho, a transformar para bem receber os seus clientes, proporcionando experiências únicas e inesquecíveis. “No Grupo Suspeitos do Costume (ou Usual Suspects), queremos que todos os nossos espaços sejam referência na categoria. Sejam um filme que todos querem voltar a ver”.
O Bom O Mau e o Vilão
“Ser o bar mais Cool de Lisboa, para os portugueses e os estrangeiros” é a missão do O Bom O Mau e o Vilão. Inaugurado em 2013, “mais uma vez uma oportunidade que surgiu, na altura, com outros sócios”, foi o primeiro negócio na área do entretenimento da empreendedora. Este atraiu-a pelo conceito cool e eclético do bar, conjugado com a diversão noturna.
Além de ser um espaço acolhedor com uma decoração “vintage”, composto por várias salas de cores e ambientes diferentes, o ponto forte do bar é a sua programação musical e de entretenimento. Às segundas há Jazz, às quartas há Blues e no domingo é a vez das bandas. “A ideia é que as pessoas se sintam em casa todos os dias da semana”.
Catch me
Inspirado no filme “Catch me if you can”, o Catch me veio substituir o antigo Le Chat. “Depois de alguns anos a gerir o Le Chat decidimos que estava na altura de mudar a marca e a oferta. Queríamos oferecer algo diferente e inovador aos clientes, que não fosse apenas uma mudança de decoração”.
Em 2019, o novo conceito do espaço começou a ser trabalhado e foi inaugurado no dia 9 de março deste ano. “Ser a melhor esplanada de Lisboa” é o objetivo de Penha para este espaço, que pretende proporcionar uma experiência gastronómica única, bem como ser um ponto de encontro de pessoas de várias nacionalidades.
O Catch me vai mudando ao longo do dia, revelando uma decoração glamorosa na sala interior e um ambiente descontraído e mais simples na esplanada.
Eat Pray Love
Criar um espaço focado em proporcionar o bem-estar e a felicidade, conjugando exercício físico, alimentação saudável e uma vertente social, era uma das vontades de Penha e da sua família. Apesar de a pandemia ter adiado o projeto, em 2021, nasceu o Eat Pray Love.
O conceito, desenvolvido pela sua filha, consiste em transformar a mentalidade dos portugueses e dos clientes em geral sobre a alimentação saudável. “Ser saudável não é necessariamente ser vegetariano e vegan, é comer de forma saborosa e divertida, pratos com ingredientes orgânicos, naturais, frescos, locais e deliciosos (Eat), é crescimento pessoal, abrir a mente, refletir (Pray), é socializar, conviver, e aproveitar o tempo com quem gostamos (Love). Somos flexitarianos”.
No Eat Pray Love pode desfrutar de refeições saudáveis e saborosas, enquanto estabelecem relações sociais e relaxam.
Por detrás de um grande projeto, está uma grande mulher
Maria da Penha Pereira Coutinho, mãe de dois rapazes e uma rapariga, adora conviver e uma das suas paixões é a dança, tendo praticado ballet clássico e dança moderna durante muitos anos.
“Desde pequena que fui habituada a socializar, até porque os meus pais sempre me incutiram esse gosto. Para mim, ver as pessoas felizes e divertidas é uma das maiores alegrias da vida”, conta.
Começou a trabalhar aos 16 anos para conquistar a sua independência financeira. Psicóloga de formação, trabalhou 20 anos em Gestão de Recursos Humanos. Dentro dessa área, desenvolveu e coordenou durante cinco anos o PROJEP, um programa de desenvolvimento de jovens de elevado potencial do Grupo PT.
Sempre gostou de organizar festas e eventos temáticos para amigos e conhecidos. Essa paixão manteve-se em adulta e, hoje em dia, continua a fazê-lo com a sua família, com quem criou negócios na área do entretenimento e do bem-estar. “O meu gosto pelo cinema e pela arte de representar e fantasiar, levou-me à criação de espaços ligados ao universo cinematográfico”.
Ser empreendedora e ter um negócio seu foi algo que sempre quis, só lhe faltava inspiração. “Dá-me imenso gozo criar projetos de raiz desde a idealização até à sua concretização e lançamento”. O caminho, esse, tem sido difícil e desafiante, tendo em conta que a sua formação e experiência não vem da restauração. Além disso, conta-nos que não é fácil manter a qualidade do serviço, responder à exigência dos clientes, implementar as regras e os procedimentos a ter numa operação e manter as equipas motivadas.
“Na restauração temos que nos reinventar constantemente e ter muita resiliência para os desafios que surgem diariamente”.
E o que é que o futuro reserva?
Ser referência a nível nacional e internacional em cada um dos diferentes conceitos e categorias, é o que Penha pretende para o futuro dos seus negócios. Conta-nos ter vontade de criar um roteiro entre os espaços, como se de uma viagem se tratasse. Ou seja, os clientes teriam de “obrigatoriamente” fazer paragens em cada espaço.
Revela ainda que estão a trabalhar num espaço novo, “totalmente focado num conceito family and friends, onde são bem-vindos desde os bebés aos avós. Teremos novidades em breve”.