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O encantador de cabelos

Conheça Vasco Freitas, o hairstylist que teve a responsabilidade de coordenar toda a equipa de cabelo no backstage da 38.ª edição do Portugal Fashion. Desde o corte, passando pela coloração e terminando no styling, Vasco assumiu o desafio de definir as tendências para a próxima estação fria, em conciliação com os designers nacionais presentes no Portugal Fashion e em linha com os valores da marca Redken, o patrocinador oficial de cabelo.

Falámos com ele in loco, no dia em que fomos ao Porto conhecer as propostas dos criadores portugueses para a próxima estação outono/inverno 2016/17 (sim, começamos assim tão cedo!). Entrámos nos bastidores do evento e integrámos a lufa-lufa de um dia de desfiles, com direito a penteados by Redken e unhas by Essie – tal e qual uma modelo. A única coisa que não tivemos de fazer – felizmente! – foi desfilar. Deixámos isso para quem sabe…

Está no Portugal Fashion como embaixador da Redken. Qual é exatamente a sua função aqui na semana da moda?

Estou quase com os desfiles todos. Estou como fashion adviser da Redken. Eles usam todos os trabalhos para partilhar as experiências, para partilhar um bocado de como é a vida e qual a ligação entre a Redken e a moda, o que faz sentido para a marca. No fundo, é retratar o que nós fazemos nos bastidores e passar ao cliente normal, e fazermos essa ligação day by day.

Que é grande, não é? Mesmo internacionalmente, a Redken está em muitas semanas da moda…

É a marca até mais forte, no mercado internacional.

É uma marca que tem muitos produtos que permitem fazer este tipo de trabalho na semana da moda?

Sim, tem. O bom da Redken é que nos dá uma palette gigante para trabalharmos os produtos. Conseguimos passar de um volume gigante com a ajuda dos lifts deles a um liso silky and shiny muito rapidamente. E por isso é que gostamos muito da marca, porque facilmente conseguimos fazer estas transições. O tempo para nós nos dias de desfiles é um bocadinho escasso.

Porque o cabelo de uma modelo, numa semana da moda, pode, num dia, ser penteado cinco ou seis vezes…

Exatamente. Fazem-se cinco ou seis looks que não têm nada a ver uns com os outros.

E é preciso que os produtos sejam de qualidade…

E que nos deem essa versatilidade. Por exemplo, o spray One United…

O que tem 25 propriedades?

Sim. Borrifa-se e imediatamente se tem aquela neutralidade que faz com que se possa recriar outras coisas. É essa versatilidade que a Redken nos dá e que nos permite fazer estes shows todos em quatro dias.

Já trabalhava com a Redken antes, no seu salão (Rua de Gondarém, 655 Porto, Portugal)?

Sim, eles são a marca principal dentro do meu espaço. É uma marca que conheço para além do styling, para a cliente normal, do dia a dia, e que, nos casos de coloração e tratamentos, conseguimos tornar a envolvência da Redken mais única no dia a dia das pessoas. A marca começa agora a falar mais por si, a ter uma identidade própria, a estar ligada a coisas mais certas, a um tipo de cliente também mais séria, que leva mais a sério o cabelo, que procura o luxo, a qualidade, e por isso também não há a Redken à venda em grandes superfícies. É uma marca que trabalha em conjunto com um profissional.

Mas, mesmo assim, é uma marca que, sendo a primeira abordagem feita através de um profissional, podemos depois usar em casa.

Sim, perfeitamente!

E é suposto nós, clientes, depois recriarmos em casa algumas das coisas que vocês nos fazem…

Exatamente! Mas é importante a cliente passar pelas nossas mãos primeiro, por causa dessa versatilidade que um só produto pode dar. É importante saber os vários níveis que esse produto pode dar-lhe.

Eu hoje estava a fazer estas ondas e, no fim, fizeram-me aqui um truque com o alisador que eu nunca tinha visto.

É isso. É dar-te já esse efeito mais moderno, mais ‘moda’. O efeito que hoje em dia todas as mulheres gostam. É por aí que temos de ver.

Porque, hoje em dia, as mulheres não querem aquele penteado que conseguem indo uma vez por semana ao cabeleireiro. Gostam de ser elas também a mudar?

Acima de tudo, querem parecer que não tiveram ajuda.

Não parecer que estiveram no cabeleireiro…

Sim. Acho que é cada vez mais essa a nossa função, porque nós somos do backstage. E eu gosto disso, gosto de ajudar as pessoas a andarem bem. Não gosto que dependam de mim para andar bem. Isso é uma chatice.

Há quantos anos é que já trabalha?

Há 17.

E sente nas suas clientes, no seu trabalho, que houve uma evolução na autonomia das mulheres em relação ao próprio cabelo?

Houve. Na autonomia e na identidade, acima de tudo. As pessoas já deixaram de ir com a fotografia [de um corte] ao cabeleireiro, e já começam a procurar o look delas. Com a genética delas, o que é que funciona melhor, para criarem a tal diva própria.

Interior, como a Beyoncé…

Interior [risos]. Exatamente. É transparecerem uma imagem, não um look. Transparecerem o seu charme, tudo bem conjugado.

E também posso querer, num dia, usar o cabelo de uma maneira e querer transparecer uma coisa, e noutro, pretender algo completamente diferente. Acha que a Redken tem produtos que me ajudem a fazer isso?

Tem. Por acaso, tem. Tanto a nível de tratamento – eu acho que qualquer tipo de cabelo saudável já é um cabelo bonito, e portanto consegue-se fazer isso muito facilmente com os óleos, os argões, os shots… consegue-se facilmente ter [esse cuidado] e depois seca-se e ele naturalmente vai ao sítio –, como pode passar ao styling extremo, com o maior volume possível. Mas consegue sempre ter uma boa ligação porque facilmente o ‘desmonta’ e volta a ‘montar’, porque essa versatilidade que o produto tem, com a tecnologia mais avançada, dá essa liberdade de expressão.

Tem alguns produtos preferidos da Redken?

O All Soft Argan-6 Multi-Care Oil, de que gosto muito. O Pillow Proof Blow Dry Two Day Extender Dry Shampoo, que é o shampoo seco, que me dá liberdade para fazer seja o que for em qualquer tipo de circunstância e em qualquer tipo de cabelo. Podemos apanhar um next-day hair, podemos apanhar um baby hair, muito lavadinho, e o próprio Pillow Proof dá uma textura controlável, não é tanto o cabelo a controlar. Depois, tenho a laca, a n.º 18, que eu adoro usar para preparar o cabelo. Não gosto de usar laca para finalizar, porque para mim o cabelo nunca está finalizado…

É vivo, não é? Ou seja, o penteado não é estável…

VF: Exatamente. Então, gosto da textura que a laca me dá, do controlo pessoal que me dá nas várias transições que eu possa fazer. O cabelo ganha bastante consistência e acho que a laca n.º 18 faz isso muito bem.

Outra coisa que referiu em relação aos produtos desta marca é que a Redken tem também uma preocupação com a saúde da cliente. Porque se a cliente usa um shampoo uma a duas vezes por semana, tu estás exposto a dez por dia.

Exatamente. E deixarmos de pensar no look do momento e começarmos a pensar como acompanhantes e conselheiros das pessoas, e estarmos nós próprios ligados aos diferentes ciclos da vida dessas pessoas. É ter um cuidado redobrado na agressão que os produtos possam causar, tanto a nível de pele como a nível capilar. Tudo isso é controlado e levado ao extremo. São os únicos que têm uma coloração que, quer estejas grávida ou a fazer quimioterapia, podes usar.

Isso é importante, porque há muitas grávidas que nem sequer pintam o cabelo…

É a única coloração ácida, portanto, é uma coloração tratante e não alcalina, e assim não há qualquer reação química. Tudo isso é levado em conta. Nós temos de nos preocupar com algo, porque o que hoje é bom amanhã deixa de ser. Então, é isso que as pessoas procuram, até o cabelo ser ‘arrendado’. Hoje estás de frente para o mar, amanhã estás de frente para o campo. É por esta versatilidade que eu nunca gosto de deixar um cabelo acabado, fechado.

Lacado?

Lacado [risos]. Porque eu próprio gosto desse flow, desse dinamismo.

Voltando ao Portugal Fashion, nestes três dias já tem uma noção de quais é que vão ser as principais tendências dos estilistas aqui presentes?

Sim, já fizemos os fittings todos. Os looks vão muito para a tal mulher moderna, que não gosta de transparecer que foi penteada, mas sim que é penteada naturalmente. Cada vez mais estamos a retratar isso, aquela mulher singular. É uma mulher sobre a qual não se diz: “Ela está bonita porque…” Não, ela é! Ela parece. Ela transmite algo. É tudo isso que nós estamos a transmitir com um cabelo muito real e com penteados que podem acontecer e ser integrados em qualquer momento do dia, mas ao mesmo tempo têm esse toque único, que nos faz ficar sempre na dúvida se é natural ou se tem ajuda, e dos quais gostamos!

E o que é que vamos ter? Muitas ondas, muitas tranças, muitas franjas…?

Não. Vamos ter cabelos muito saudáveis, esvoaçantes, confortáveis acima de tudo. Com falsos presos. Nada é muito vincado. O próprio preso é subtil, confortável. Põe a mulher bonita, define-lhe a silhueta, mas ao mesmo tempo deixa-a olhar para o lado. Depois, temos muito aquele wash-and-go, aquela imagem de menina de 12 anos que cresce junto ao mar, linda e maravilhosa, que tem um cabelo que, com a brisa, ganha aquele toque natural, bonito. Cada vez mais é isso, é partilhar experiências, sensações, com os looks que criamos. E daí nada ser muito vincado, ser tudo muito adaptado ao momento e à circunstância.

Aqui nos desfiles, e até na vida real, quanto é que achas que o cabelo representa, se pensarmos também em maquilhagem e roupa, no look de uma mulher ou de um homem?

É muito fácil. Se a roupa não ficar bem, podes trocar. Se o cabelo não estiver bem, vais ter de o usar. Portanto, acho que representa à volta dos 49%. Porque é a tua montra. Por isso é que quando mudamos de look, nos apetece mudar de guarda-roupa. É o que tu representas todos os dias. É aquele que tu vais ter de enquadrar em todos os teus looks diários, seja para almoçar com a sogra, seja para sair à noite, seja para um almoço giro à beira-mar. É esse desenho mental que o profissional e a própria pessoa têm de fazer.

Como estamos numa ação Redken, como é que define uma experiência Redken?

É uma experiência de backstage, de como é que se chega ao wow das passerelles, ao wow das fotografias e do glamour. É verem tudo o que está por detrás, o porquê de a Redken existir, de eu existir. Não somos nós que vamos desfilar mas a importância que temos para tudo isto existir é muita.

Imagem de destaque: Vasco Freitas nos bastidores do Portugal Fashion. Foto © Redken.

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