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Recuperação pós-parto: Barra e Pilates

Dizer ‘adeus’ ao baby weight numa experiência contada na primeira pessoa.

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O poder da barra

No pequeno estúdio do Vivafit, está prestes a começar a aula de S.barre – Shape It, modalidade que existe nesta rede de ginásios desde janeiro. Contrariamente ao que costumo fazer em todo o tipo de aulas, evito o espelho e escondo-me entre as colegas. Apesar de o feedback que recebemos até poder ser positivo – “estás ótima”, “nem parece que tiveste um filho” –, não é esse corpo que realmente sentimos quando o pomos a mexer.

A instrutora solta o ‘Hung Up’, de Madonna, para marcar o ritmo do aquecimento, e vou trauteando “Time goes by, so slowly” (em português, ‘o tempo passa tão devagar’), que tanto sentido fez ao longo dos curtos (mas longos!) 45 minutos. A aula é essencialmente dividida em exercícios de braços, com a ajuda de um elástico apoiado na barra de ballet; de pernas, também na barra; e do core, no chão.

Por ser uma modalidade sem impacto, o S.barre não é desaconselhado durante a recuperação pós-parto. “Os estímulos ao nível dos músculos abdominais devem ser de alongamento e não de contração na fase do pós-parto, sensivelmente durante um ano. Como no S.barre os estímulos são essencialmente estes, pela postura que adotamos nas diversas posições e exercícios, é extremamente aconselhado para as recentes mamãs”, explica Tália Moreira, técnica coordenadora dos ginásios Vivafit em Portugal. Os principais benefícios desta modalidade são uma melhor postura, ou seja, costas mais alongadas e alinhamento como o das bailarinas; glúteos e pernas mais tonificados, pelos exercícios repetidos e pelas insistências em cada um deles; e barriga mais lisa: os abdominais ficam mais tonificados de forma alongada pelos estímulos desenvolvidos.

Naquela primeira aula, recordo-me de ter perguntado a mim mesma: “Onde estão os meus abdominais? Evaporaram-se?” Era essa a sensação que tinha, a de que a zona onde outrora estariam os meus músculos da zona abdominal estava agora vazia e dilatada ao mesmo tempo! É como voltar à estaca zero, como se as horas de exercício físico que fizemos ao longo dos anos nunca tivessem acontecido. Não conseguia fazer força na barriga e as pranchas, mesmo que adaptadas devido à diástase, eram praticamente impossíveis de suportar. “Isto vai ser duro”, pensei muitas vezes ao longo dos 45 minutos, mas era a primeira aula, pior do que isto não poderia ser, certo? E pensar que em tempos – há cerca de um ano – fazia cerca de quatro horas por semana destes exercícios…

Durante um mês e duas vezes por semana, agarrei-me àquela barra e não descansei enquanto não a tratei de novo por ‘tu’, sempre com o “centro” (entenda-se, o transverso) ativado. Depois do susto da primeira aula, entrei no ritmo e o corpo foi respondendo. Está provado que os nossos músculos têm memória e, aos poucos, os exercícios, sobretudo os de ballet, foram saindo mais naturalmente, menos atrapalhados e com mais segurança.

Plié, élevé, primeira posição, segunda posição, ponta do pé esticada, ombros longe das orelhas, centro ativado, bacia encaixada… Que saudades de ouvir esta lengalenga. O jargão do ballet está todo lá, com coques e tutus à mistura, caso a aluna quiser. Eu fiquei-me pelo coque e concentrei-me em voltar a encontrar a força dos meus músculos, sem perder o alinhamento e a postura. Tarefa muito complicada!

Estas são aulas perfeitas para quem o ballet nunca deixou de ser um sonho ou para todas aquelas mulheres que adoram bailarinas ou corpos de bailarinas. Nélia, de 46 anos, fez ballet até aos 15 e ficou com o bichinho. Inscreveu-se no Vivafit só para fazer as aulas de S.barre. “Vi o vídeo no Facebook e quis experimentar”, conta. Assiduidade irrepreensível, a dela, bem como a de Susana, 45 anos, que fez ballet em criança e sempre adorou. Também foi o S.barre que a levou até aos estúdios da cadeia de ginásios feminina. “Agora, acho mais interessante esta vertente que junta o fitness do que apenas ballet”, afirma. Segundo Tália Moreira, “há uma nova descoberta dos termos técnicos – plié, arabesque, elevé – e uma vontade imensa de sentir o treino. Por isso, em média, as sócias frequentam duas a três aulas de S.barre por semana.”

Seja com a instrutora Maria ou com a instrutora Carla, todas nos esforçamos por queimar as cerca de 300 calorias que é possível perder numa aula de 45 minutos de S.barre. Penso que nunca me soube tão bem voltar a sentir os gémeos, os glúteos e as coxas a queimar. É incrível o aumento de energia que este esforço nos faz sentir, mesmo quando dormimos menos e pior. Até mudo as fraldas com outra genica!

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